quarta-feira, 25 de março de 2009

A rua da minha infância


A rua da minha infância não era diferente de tantas outras ruas que por ali se acotovelavam. Os guerreiros, que por lá batalhavam todos os dias, não eram muito diferentes de todos os outros que pelejavam nas ruas contíguas. O Sol, que a banhava nos seus dias, devia ser o mesmo que inundava de luz e calor as ruas que lhe ficavam fronteiras. A chuva, quando caía, quase de certeza que molhava igualmente as pedras das calçadas das outras ruas.
As manhãs em que descíamos das casas e a olhávamos como se fosse uma novidade, eram iguais por todo o lado. Os momentos em pegávamos na bola e a fazíamos correr à nossa frente, marcando os mais bonitos golos que se podiam imaginar, eram os mesmos que os nossos vizinhos também festejavam.
A rua da minha infância foi, certamente, a mesma de tantas outras infâncias. Alegre, risonha, exultante, por vezes medonha, até um pouco triste, de quando em quando.
Mas aquela rua, apesar da sua aparente indiferenciação, era única. Única porque minha. Única porque foi a da minha infância e, por muito que a mesma não tenha sido tão diferente de tantas outras, teve uma grande particularidade, foi ela que me fez chegar até aqui com este sentimento feliz de quem tem uma rua de infância só sua!

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