quinta-feira, 31 de março de 2011

frases (imper)feitas (XIII)


... certos silêncios, mesmo à distância, são mais esclarecedores que muita conversas (inúteis)...

Histórias com Música (40)

Faço força para abrir os olhos, uma força extrema, no limiar da dor física. Mas não consigo.
Não consigo abrir os olhos, nem consigo sentir dor. Sei que há gente à minha volta. Sinto-os por aqui. Sei que às vezes me tocam e falam comigo. Sei que falam, mas não os entendo, não os vejo, sinto-os apenas.
Talvez seja melhor dizer que os pressinto, porque, na verdade, não sei se consigo sentir alguma coisa. Nem sequer o meu peso. Por vezes julgo que pairo algures por aqui perto. A rondar o meu corpo, a rondar quem me ronda, a olhar, mesmo sem ver, tudo o me rodeia. Sei que ninguém me vê nessa espécie de voo planado que faço por sobre as suas cabeças. Ou, pelo menos, penso que faço. Porque, pergunto-me inúmeras vezes, será que alguém me sabe aqui, onde, na verdade sou, e não ali onde todos pensou que estou. Respondo-me, inúmeras vezes, que nem eu próprio sei onde estou, o que sou, como sou.
Às vezes ouço apitos, breves ruídos sonoros, quase musicais, contínuos e sinto alvoroço à minha volta. Nunca percebi o que era. Também acho que não há nada para perceber, nada muda com isso, mantenho-me por aqui, às vezes a pairar, outras sem nada sentir, de todas as vezes sem me saber.
Faço força para mexer um braço, uma perna, levantar a cabeça. Uma força de que não me sabia capaz, mas nada. Nem o mais pequeno movimento.
Nem me lembro de como se respira. Daquele breve som sussurrado que nos faz saber que estamos vivos.
Inspirar, expirar. Expirar, que ironia…
Não sei se o tempo passa aqui, se passa por aqui, por mim, ou se já me esqueceu de todo e me deixou apenas.
Inspirar, expirar… expirar, inspirar.
Volto a fazer força para abrir os olhos, toda a força de que sou capaz, para lá do que me é permitido. E, no meio da escuridão que me tem acompanhado, consigo ver um ponto de luz. Será mesmo assim, ou será apenas uma ilusão de quem se julga cego sem remissão?
Mais um esforço e sinto que a luz é verdadeira, que está aqui comigo, que é real.
Consigo perceber uma silhueta que se aproxima devagar e uns, outros, olhos que me fixam, cheios de uma luz que, sem me cegar, me vai iluminando.

Olá, bem-vindo de volta!

frases (imper)feitas (XII)


...se o vento soprar de feição, nada será em vão...

quarta-feira, 30 de março de 2011

Credibilidade jornalistica (de novo)



Aí está este jornal outra vez.
Agora, para além das dúvidas quanto à sua credibilidade factual, deparamo-nos com as gordas desta 1º página!
Com que então o regresso ao túnel?
E melhor (que é como quem diz PIOR) o jogo da vingança!?!?
É isto que devemos esperar de um jornalismo isento e objectivo?
Obrigado senhores do JOGO ( muito mal jogado está bem de ver!)

Par Bruxelles


Entretanto, por Bruxelas, atingem-se recordes improváveis...

terça-feira, 29 de março de 2011

Mille Sabords

e o capitão chega aos 70 anos.
Muitos parabéns!

segunda-feira, 28 de março de 2011

Os anjos existem...

...mesmo (ou sobretudo) quando não os vemos.

frases (imper)feitas (XI)



...estou sempre de partida e nunca saio do mesmo lugar...

Facebook - LOL?

É (mais ou menos) isto que eu penso (sempre pensei) do facebook.
Posso estar enganado?
É provável, não sei, não quero saber, continuo (felizmente) out :P

Olá (XIII)

(...)
- E se não conseguir falar com ele?
- Eu e o outro estaremos aqui…
- Muito tempo?
- Já te dissemos, aqui não há tempo.
- Para onde poderei ir?
- É isso que esperamos que decidas.
- Para o ribeiro, para o barco com o outro e para onde contigo?
- Por aquele caminho que ali se abre. Mas o caminho só se abrirá uma vez, tal como o barco do outro só fará uma viagem.
- Vou falar com o ribeiro.
- Vai então. Não te esqueças que, embora não havendo tempo aqui, o barco ir-se-á embora e eu começarei a caminho sem olhar para trás.


- Olá…
- …
- Olá…
-…
- Queria falar contigo…
-…
É normal, acho eu, que um ribeiro não fale comigo, mesmo neste local onde tudo é tão fora do comum.
- Disseram-me que falasse contigo, que talvez me aprendesse contigo, que podia ir contigo…
- …
Decerto que alguma coisa vai acontecer, eles foram tão afirmativos nisso mesmo. Olhemos com mais atenção para o ribeiro. Talvez não se trate propriamente de falar, mas de escutar.
Escutemos…
- …
Ou de olhar, olhemos… há uma luz lá em baixo, isso é certo… sombras… imagens…vozes?
(...)

domingo, 27 de março de 2011

Credibilidade jornalistica



Ora aqui está um jornal credível!!!

sábado, 26 de março de 2011

frases (imper)feitas (X)


... vamos perdendo o caminho de volta em cada minuto que teimamos esquecer...

A propósito das eleições lagartas



A propósito desta brilhante (ou hilariante, depende dos pontos de vista)intervenção e perante as imagens que se mostram abaixo, só me apetece dizer, AH GANDA LAGARTO!



sexta-feira, 25 de março de 2011

frases (imper)feitas (IX)


...quando o tempo não tiver corpo, o efémero ganhará significado...

Graças a Deus é sexta feira



Bom fim de semana...

Olá (XII)

(...)
- Não estejas. De facto o que nos distingue é a cor da roupa, aparentemente. Porque, na realidade, o que nos distingue é mesmo a nossa cara.
- O que é igual em vós é aquilo que vos distingue?
- Agora sim, estás a acompanhar-me.
- São diferentes ou são o mesmo?
- O que achas?
- Se bem percebo, parecem-me irmãos gémeos, iguais, mas muito diferentes também.
- Creio que pode ser uma boa definição.
- Um preto e um branco. Duas faces de uma mesma moeda. Yin e Yang, deus e o diabo?
- Curiosas essas associações. Creio que muita gente que aqui chega pensa isso mesmo.
- E não é assim?
- Pode ser, podes acreditar que sim, a mim, a nós, pouco nos importa como nos nomeiam.
- Mas é importante sabermos com quem falamos, com quem lidamos, o que esperamos.
- Será sim, lá de onde vens, mas aqui creio que não, como decerto irás aprender.
- Não consigo e não percebo.
- Já escolheste?
- Como, se não sei para onde me levam, o que vou encontrar, que caminhos irei trilhar.
- O outro já te disse que aqui se está e que expectativas, desejos, sonhos, objectivos são desconhecidos aqui.
- E o ribeiro?
- Está mesmo aí atrás de ti…
- Onde me levará ele?
- Já te disse que não sei…
- Posso falar com ele?
- É a terceira opção.
- E posso voltar atrás?
- Depois de optares não.
(...)

quinta-feira, 24 de março de 2011

frases (imper)feitas (VIII)


...há evidências tão evidentes, que são quase invisíveis...

Canções de intervenção

Há quem só considere canções de intervenção aquelas vindas dos baladeiros de 60 e 70, há quem as escolha entre algumas parvoíces e/ou rasquices que vão aparecendo por aí, eu cá acho que, no actual momento, esta é a verdadeira canção de intervenção.

quarta-feira, 23 de março de 2011

Adeus Portugal



Os alemães é que a sabem toda!
E nós, agora, cá estaremos para ver o fundo do buraco onde nos meteram.
Obrigadinho ó pás!
(e não, não estou a falar dos alemães)

A chacina vai começar



Os lobos afiam os dentes!

terça-feira, 22 de março de 2011

Pós socráticos


A cicuta foi distribuida.
Já se contam as armas.
Ouvem-se mesmos vários disparos.
A metralha está prestes a começar.

A culpa nem é do Costa


Cum carago,terá pensado o Costa, os gajos do benfica estão sempre a inventar merdas, agora até partem os vidros do próprio carro à pedrada, só para acusarem aqueles moços, que eu conheço desde pequeninos, e que são tão bons rapazinhos!

«A comitiva do Benfica foi atacada no regresso de Paços de Ferreira.
O carro onde seguia o presidente Luís Filipe Vieira foi mesmo atingido em cheio por um saco de pedras lançado de cima de um viaduto.»

segunda-feira, 21 de março de 2011

Chegou a Primavera



Tal como todas as primaveras deviam ser, silenciosas e coloridas.

frases (imper)feitas (VII)


...há pessoas cujo coração bate ao ritmo de um vidro que lá está espetado...

domingo, 20 de março de 2011

frases (imper)feitas (VI)



...mas, naquela altura, o horizonte era algo que estava muito distante. Tão distante que nenhum tempo o conseguiria alcançar...

sábado, 19 de março de 2011

As eleições do Lumiar


Na Bola:

«Marco Van Basten é o treinador de Bruno Carvalho
Bruno Carvalho prepara-se para anunciar que o holandês Marco Van Basten será treinador do Sporting na próxima temporada caso ganhe as eleições marcadas para dia 26 de Março.»

Primeiro foi o Rikjaard, agora o Van Basten.
Será que algum candidato já se lembrou de contratar o Gullit?

Pais

frases (imper)feitas (V)



...o vento que traz nuvens escuras, também as limpa...

sexta-feira, 18 de março de 2011

Liceu Camões 80/81



Ano lectivo 1980/1981, Liceu Camões,Praça José Fontana, Lisboa
11º N
há quanto tempo...

Graças a Deus é sexta feira



Um fim de semana muito simpático!

Olá (XI)

(...)
- Quando aqui chegaste disseste ao outro que tinha sido tudo ao contrário.
- É verdade, mas como sabes isso?
- Porque o escutei.
- Mas como se nem aqui estavas?
- Estava sim.
- Não te vi, pensei que estava a falar com ele e com mais ninguém.
- E era isso sim. Só falaste com ele.
- Baralhas-me.
- Olha para ele outra vez.
- Sim…
- E agora para mim…
- Sim…
- Que notas?
- Tu estás de escuro, ele de branco…
- Só?
- Na verdade há pouca luz aqui e é difícil distinguir mais alguma coisa.
- Consegues ver a minha cara?
- Acho que sim, embora confesse que nem me tinha apercebido dela.
- E que te diz a minha cara?
- Espera… sim, a tua cara não me é desconhecida, mas por outro lado parece-me igual a tantas outras.
- E a cara dele, consegues vê-la?
- Sim… mas é igual à tua!
- Reparas agora.
- Vocês são iguais!
- Seremos?
- Têm a mesma cara, pelo menos.
- Seremos um ou mais?
- Estou cada vez mais confuso.
(...)

quinta-feira, 17 de março de 2011

The Stolen Child

No dia de S.Patricio um belo poema de W.B.Yeats, dito por Tomás Mac Eion e musicado por Mike Scott, celebrando a terra das fadas.

frases (imper)feitas (IV)



...e o passado? Mostra-nos que a vida vale a pena...

Gaeilge Beo

Hoje é dia de S.Patricio.
Viva a Irlanda!

quarta-feira, 16 de março de 2011

A nova dádiva (II)



É já amanhã que eles começam a mostrá-lo ao vivo (e a cores).

Olá (X)

(...)
- Dizes tu, mas parece-me muito mais complicado tomar esta decisão, do que todas as que me assolaram até hoje.
- Vejo que percebes que a decisão é coisa complicada. Sobretudo a decisão solitária.
- Percebi isso ao longo da minha vida. Sempre me custou muito decidir sem conselho externo, pelo menos até ao dia em que percebi que me podia consultar a mim mesmo.
- Foi uma boa decisão essa. A de teres encontrado um conselheiro interno.
- No fundo não foi uma decisão, foi antes uma necessidade.
- Talvez seja aí que nascem as melhores decisões.
- Mas diz-me, porque ainda não entendi, porque tenho que seguir um destes três caminhos?
- Porque não há outros e parece-me que três são já opções demasiadas, pelo manos a avaliar pelas dificuldades que te levantam.
- As dificuldades surgem sobretudo porque ainda não percebi para onde irei, qualquer que seja a minha escolha.
- Então o outro não te explicou para onde irias?
- Bem, sim e não. Disse-me que aqui não há tempo, ou então tempo demais, que aqui tudo é possível, mas também me disse que estou num não lugar e que aqui tudo me vai chegar tranquilamente.
- E então, por uma explicação como essa não te sentes atraído?
- Não sei. Prezo a calma e a tranquilidade, mas também não sei viver sem tempo e sem objectivos.
- Não?...
- Acho que não, pelo menos nunca vivi assim.
- Quantas vidas viveste?
- Perdão?
- Sim, de quantas vidas te lembras?
- Da minha e mesmo assim de pouca coisa, noto agora que tudo se está a tornar muito nublado.
- E se não fizeres um esforço, daqui a pouco de nada te lembrarás.
- Desculpa-me, mas não consigo entender o que é isso de mais do que uma vida.
- Quantas histórias tens para contar?
- Não sei, não tenho histórias.
(...)

frases (imper)feitas (III)



...as luzes não chegam a cegá-lo; iluminam-lhe o caminho...

frases (imper)feitas (II)



...e, às vezes, o inesperado surge numa esquina qualquer...

frases (imper)feitas

...a felicidade é um acto solitário, como o são todos os actos importantes e decisivos...

Olá (IX)

(...)
- O que queres tu? Quais os teus desejos, expectativas, sonhos?
- Mas o outro disse que nada disso existia aqui.
- E não existe. Mas isso não quer dizer que não me digas o que desejas. Experimenta.
- Às vezes há frases batidas que podem dizer tudo, mesmo que, de tão estafadas, já nem saibamos bem o que pretendemos com elas. Mas eu, no fundo eu… bem, só quero ser feliz.
- Mas, como decerto sabes, isso é completamente impossível. Ninguém é feliz. Pode estar-se feliz, ou contente, ou alegre, ou triste ou deprimido, mas ninguém é alguma dessas coisas.
- Pois sim, acho que te percebo, ninguém aguenta um estado de alma contínuo, porque ninguém o consegue suportar.
- É isso, ninguém é tão estável, tão contínuo, tão coerente que consiga manter-se. São todos feitos de altos e baixos, de esquerdos e direitos, de sorrisos e lágrimas.
- Pareces-me demasiado humano para quem está aqui prestes a levar-nos para destino perpétuo, sem retorno…
- E quem te disse isso? De onde tiraste essa ideia?
- Ganhei-a depois de falar com o outro. Disse-me ele que aqui não há tempo, que isto é uma espécie de vazio eterno.
- E não te disse ele que há muitas vidas também?
- É verdade disse, mas não sei se o entendi muito bem.
- E não te falou no ribeiro que aqui está?
- Falou sim e disse-me que ele é de poucas falas.
- É verdade isso, o ribeiro quase nunca fala, na verdade nunca fala, mas há alguns que o conseguem ouvir e escutar aquilo que tem para dizer, mas são só alguns, poucos.
- E como se faz essa selecção?
- Não sei, eu nunca ouvi o ribeiro, mas já vi isso acontecer e esses, poucos como te disse, são aqueles que nele mergulham.
- E o que lhes acontece.
- Nunca mais os vi, por isso não sei.
- É tudo tão estranho aqui, tão enigmático.
- Pode parecer-te mas, na realidade, não é. Tens três opções, ou vais comigo, ou com o outro ou mergulhas no ribeiro, é simples.
(...)

terça-feira, 15 de março de 2011

Lloyd Cole

Fui até 1987, quando eu próprio ainda não sabia o que eram os 30 anos, buscar esta canção, que ainda hoje me embala até esses tempos.

Um sonho


Queria saber ser simples.
Queria saber ser simples, como as palavras que dão sentido ao mundo.
Como uma palavra que encha o mundo de gente, de sonhos, de correrias e lentidões, de sorrisos e multidões. Como as palavras que nos abrem um infindável manancial de sensações e momentos de prazer, daquelas que só os predestinados sabem fazer surgir do (aparente) nada.
Às vezes dou por mim a juntar palavras. Formando frases que me soam perfeitas, mesmo sabendo que essa é uma tarefa inglória.
Depois esqueço-me delas. Rápidas, dissolvem-se sem as conseguir decorar, escrever, montar com significado. Assim nos perdemos, eu e elas. Quando delas me esqueço, esqueço-me de mim também, do que sou, do que quero ser.
Se conseguisse juntar todas as palavras com que sonho, então tudo faria mais sentido. Uma outra visão surgiria decerto.
Completa, cheia, significativa. Simples.
Queria saber ser simples, como as palavras que me assaltam em sonhos que não consigo recompor.
Assim talvez conseguisse cumprir o meu sonho, o de conseguir (finalmente) sonhar acordado, ou, pelos menos, acordar sonhando.

segunda-feira, 14 de março de 2011

Cicutas

Ou me engano muito, ou isto está para muito breve...

A nova dádiva



Ei-los que surgem de novo e, ao que parece, a soar melhor que nunca!
Vão aqui espreitar que eles explicam tudo.

E o Nuno?


Tá bem, já entregamos o ouro ao bandido!
Tá bem, já começamos a jogar com a equipa C ou mesmo D!
Tá bem, há que rodar alguns novatos para lhes ir dando tempo para aprenderem!
Tá bem, há que poupar para aquilo que agora se pode ganhar!
Tá bem, tá bem.
Agora, por favor, o Kardec???
Em vez do Nuno?
Porquê?

Olá (VIII)

(...)
- Posso fazer o seguinte. Ele está quase a chegar. Eu posso esperar mais um pouco. Sento-me ali naquela cadeira que está ali naquele canto escuro. Assim que ele chegar falas um pouco com ele e depois terás que optar, por mim, por ele, ou pelo ribeiro.
- E do ribeiro quem me falará?
- Podes tentar falar com o próprio ribeiro, mas deixa-me avisar-te que ele é de poucas falas, e só responde quando está bem-disposto, o que é raro.
- Farei como dizes.
- Vou então sentar-me. Lá vem o outro. Tens pouco tempo, fala com ele e decide-te.


- Olá!
- Olá…
- Então que me dizes?
- …, eu já ouvi isso…
- É natural, por aqui somos pouco originais e, no fundo, todos queremos saber o mesmo.
- E porquê?
- Ali o meu amigo sentado no escuro não te explicou?
- Ou eu não compreendi.
- Queremos conhecer-vos, sabermos quem são, por que vieram para aqui e para onde vão.
- Não sei porque vim para aqui, nem sei como aqui vim parar, não faço ideia para onde vou e quem sou é difícil de explicar.
- Nunca é. Basta ser sincero. Creio que o vosso problema é começar a mentir, a dissimular, a inventar muito cedo e depois perdem-se pelo caminho e nunca mais voltam atrás, nunca mais sabem como foram e nunca mais são.
- Talvez tenhas razão. A vida leva-nos a fazer coisas que, possivelmente, nunca quereríamos.
- E quando aqui chegam vêm tão viciados que nunca se chegam a descobrir. E sou eu, e aquele amigo ali, que temos que vos destrinçar, vos ligar, vos descobrir.
- E a mim, o que vais fazer para me descobrir.
- Eu? Nada. És tu que me vais dizer.
- O quê?
(...)

domingo, 13 de março de 2011

O guarda Abel e seus sucedâneos (II)


Aí está o Costa, chefe do guarda Abel, no seu melhor estilo trauliteiro:

« Pinto da Costa rotula de «palhaçada» agressão a Rui Gomes da SilvaPinto da Costa referiu-se de forma indirecta ao alegado ataque que foi vítima Rui Gomes da Silva, vice-presidente do Benfica, após um almoço na cidade Invicta. «Podem simular agressões a qualquer palhaço, mas nós vamos continuar o nosso destino.(...)»

sábado, 12 de março de 2011

Enrascados?


No Público on line:
Protesto Geração à Rasca juntou entre 160 e 280 mil pessoas só em Lisboa e Porto

Com tanta gente à rasca, deveremos dar graças pelo proverbial desenrascanço português?

O guarda Abel e seus sucedâneos


E aquele gajo, que tem por apelido Costa, a dizer que o Benfica é que anda acima da lei!?

Histórias com Música (39)

Naquele dia lembrou-se do tempo em que ainda falava. Já tinham passado muitos anos, mas, ainda assim essa memória veio-lhe viva e forte. Lembrou-se de como os dias eram grandes e sobretudo com muito sol. Nesses dias falava com as pessoas, com os animais, com as plantas, soavam-lhe bem as palavras que pronunciava, tinha prazer em ouvir-se e em que os outros o ouvissem, sabia que dizia as coisas no tempo certo, com a certeza de que não exagerava, de que tudo era dito consoante o seu desejo e a vontade que os outros tinham em escutá-lo.
Curiosamente não se conseguiu recordar porque tinha deixado de falar. Sabia que os dias se tinham tornado cinzentos, antes da escuridão profunda chegar, e depois disso não mais clarearam, foi nessa altura que se tornou invisível. Quando, raramente, se atrevia a sair à rua, sabia que ninguém o via e sabia também que não queria ser visto por ninguém. Por isso não abria a boca, não deixava sair suspiro e muito menos palavra. Tanto tempo passou assim que deixou até de falar consigo mesmo. Houve dias em que jurava não ter tido um único pensamento. Um vazio completo. Um nada imenso. E deu por si a gostar de estar assim, a saborear a sua nova condição, a não saber ser de outro modo.
A concha onde vivia fechava-se mais a cada dia que passava.
Naquele dia reparou que ainda havia sol e talvez por isso se tenha lembrado de tanta coisa. Quando, depois, olhou para dentro de si percebeu que o seu destino estava traçado há muito e que o caminho não poderia ser outro. Selou assim a sua concha e deixou que as ondas o levassem para o único lugar onde poderia sobreviver.

sexta-feira, 11 de março de 2011

five after midnight and the sun still shines...

Graças a Deus é sexta feira



E um execelente fim de semana colorido!

Olá (VII)

(...)
- Isso é estranho. Quer dizer que perdem a memória?
- Sim, é uma maneira de dizer, mas creio que sim, perdem algumas memórias, mas há quem diga que ganha outras, mais remotas, mais profundas, mais verdadeiras.
- Outras? Como? Lembram-se de coisas já esquecidas?
- Sim, é isso. De coisas que julgavam nunca mais recordar, das suas vidas, das suas verdades.
- Vidas? Como é isso? Há mais que uma vida?
- Claro. Há muitas vidas, embora tenham tendência para o esquecer assim que assumem uma. Nunca mais se lembram de quem foram, o que fizeram, o que ganharam com isso. E recomeçam outra vez, do zero, até estarem preenchidos e depois volta tudo ao principio.
- Essa tua conversa está a ficar muito estranha. Vidas passadas, vidas esquecidas, memórias perdidas. O que é isto afinal? Uma espécie de entreposto entre vidas?
- Curiosa essa imagem, nunca me tinha ocorrido. Mas talvez lhe possamos chamar isso. Embora não seja exactamente isso.
- Pois é, eu não sei onde estou e está a parecer-me que tu também não.
- E o que importa isso? Estás aqui agora e, possivelmente, para sempre.
- Sempre? E quanto tempo é isso?
- Já não te lembras que te disse que aqui não havia tempo. Sempre é sempre. Tal como pode ser nada. Quer dizer, pode ser apenas um segundo ou uma vida cheia de segundos infinitos.
- Tens falado tanto de outras pessoas que para aqui vêm, mas eu ainda não vi ninguém.
- E não verás aqui, temos que passar para além daquele ribeiro.
- Ribeiro? Ainda não vi nenhum ribeiro. Onde está?
- Mesmo atrás de ti.
- Pois está e nem um som lhe tinha ouvido. E como percorremos este ribeiro?
- Primeiro tens que optar. Vais atravessar o ribeiro?
- E qual é a outra opção, ou outras? Para onde posso ir se não atravessar o ribeiro?
- Podes ficar aqui, esperando até que outro te venha buscar. Podes mergulhar no ribeiro e aí não sei onde vais parar, ou podes vir comigo no barco que se está a aproximar agora.
- Pois, todas as opções me levam ao desconhecido. É como um tiro no escuro.
- É, mas a escolha é tua. Ah e deixa-me que te diga, depois não podes voltar atrás.
- Bem, a ti já te vou conhecendo. Mas quem é esse outro que me pode vir buscar?
(...)

quinta-feira, 10 de março de 2011

A Voz



Olha-me nos olhos, sussurrou ela, olha-me nos olhos e diz-me o que vês?Não resistiu. Fechou os olhos com força, tanta que tudo se apagou naquele momento.
No meio do negrume imenso em que se encontrava voltou a ouvir-lhe o sussurro.
Tu sabes que eu ainda aqui estou e estarei. Não me abandones. Olha-me nos olhos.Não queria. Não a queria ouvir, não a queria sentir, não a queria ver.
A sua voz sibilina não lhe dava descanso. O sussurro quase inaudível invadia-lhe o cérebro, a pele, cada poro por onde saíam abundantes gotas de uma transpiração incontrolável.
Tentou gritar. Gritar-lhe para sair dali, da sua cabeça, do seu ser, da sua vida. Mas não foi capaz, não sentia nenhuma força a sair de si, sentia-se impotente, sem forças, prestes a desistir.
A voz dela soou-lhe agora mais alto.
Sabes porque aqui estou. Sabes por que não te abandono. Aceita-me, deixa-me entrar.Não queria, não podia, não… era impossível continuar a viver assim, numa espécie de dualidade que não lhe dava tréguas, descanso, vida.
Pára, conseguiu exclamar sem convicção, deixa-me em paz, vai-te… disse-lhe sabendo de antemão que ela não acataria o seu pedido.
Não posso, respondeu-lhe ela, sabes muito bem que não posso, para além de não querer, preciso de ti, como tu precisas de mim. Abre os olhos agora e olha-me, vê-me.Baixou então a cabeça sem abrir os olhos. Estendeu uma mão, sabendo que só encontraria o vazio.
Entrega-te, tornou a voz.
Não, respondeu numa voz sumida, deixa-me em paz, deixa-me seguir…
Nunca, ouviu como resposta.
Levantou-se então e com uma fúria que não sabia existir em si, pegou no espelho e partiu-o em mil pedaços.

Leve-se à prática



Sem comentários, bastar ouvir e tomar como exemplo. Praticar objectivamente!

quarta-feira, 9 de março de 2011

O Cisne Negro, ou uma morte anunciada



Já decidi! Gostei muito deste filme. Aqui senti que havia mais que apenas um filme. Aqui cheguei a vislumbrar o temor que nos oferece uma morte anunciada e a coragem que nos falta para sabermos que não há outro caminho.
Perturbador, é também isso que procuro num filme e não apenas um par de horas de distracção.
Creio que é o que distingue arte de entretenimento.

The dark side



(na verdade) os demónios mais temíveis estão dentro de nós...ou, a verdadeira perfeição só chega na hora da morte...se a coragem não faltar...

terça-feira, 8 de março de 2011

Histórias com Música (38)

Já se gastou muito tempo desde que aqui estou. Muitas pessoas me passaram. De todas essas quantas se lembrarão de mim?
Algumas houve que pararam para me ver, para me falar, algumas até para me abraçar, poucas se atreveram a beijar-me.
Mas foram muitas, a maioria, que passaram sem me ver, sem saber que houve quem me tivesse deixado juras de amor eterno e quem comigo tivesse descansado.
Houve também quem me subisse para os ombros e aqui tenha ficado a contemplar o mundo à nossa volta. Quem adormecesse comigo e me tenha alimentado.
Outros sujaram-me, feriram-me, tiraram-me pedaços vivos.
Tanta gente que me afagou, que me passou a mão ao de leve e que me bateu também.
Mas pergunto-me se terá havido alguém que me pensou? Que tenha perdido alguns minutos da sua vida para perceber como me sentia, como vivia, como sobrevivia?
Já vi muitas delas desaparecerem, algumas ainda voltaram de quando em vez, a maioria foi sem nunca regressar.
Tantas que morreram já, enquanto eu aqui fui ficando.
Hoje ainda aqui estou, e sei que estarei por mais algum tempo. Mas, não sei se alguém se lembrará de mim quando eu também for.
Não sei se farei parte de memórias, de alguma história, de vontades em recordar.
A não ser, talvez, daqueles, muito poucos, que ainda têm saudades dos Outonos e por aqui vêm recolher as minhas folhas castanhas, que, por teima, continuo a deixar ir todos os anos.

Olá (VI)

(...)
- Perceber o quê? De facto percebo muito pouco. Sempre me disseram que não percebia nada e eu por muito que quisesse desdizer isso acabo por chegar à conclusão que sempre percebi pouco de muita coisa, ou muito de coisa nenhuma.
- E parece que agora também não estás a perceber. Eu perguntava-te se achas que eu sou humano.
- E o que queres dizer por humano? Mamífero, cabeça, tronco e membros, racional, ou então que gostas da humanidade, das pessoas em geral, do mundo cheio de gente?
- Quero dizer, nascer, viver, morrer. Achas que eu sou assim?
- Não sei. Diz-me tu. Não vejo em ti nada diferente do que vejo em mim. A não ser essas dúvidas que vens colocando, mas que, afinal de contas, não são assim tão diferentes das que me fui colocando ao longo da vida. Será que eu também posso não ser humano?
- É verdade, por aquilo que me vens dizendo vejo que estás assaltado em dúvidas, em questões que achas irresolúveis, em problemas que, na verdade, podem não ser. Mas é isso que te faz humano. Só os humanos são assaltados por dúvidas. Pelo menos os verdadeiros humanos.
- Há humanos que não são verdadeiros?
- Aqui, onde estou, já vi muita coisa, muitas pessoas, muitas situações, muitas desfeitas e outras nunca feitas, demasiadas mal feitas. Mas digo-te que sim, que há humanos que nunca se encontraram, que nunca cumpriram o seu ser, no fundo, nunca foram.
- E diz-me, agora que olhas para mim, que pareces já me conhecer, o que sou eu?
- Tu, meu amigo, só terás resposta a essa pergunta se o descobrires por ti próprio. Tu que me dizes que foi tudo ao contrário. Crês estar no lugar certo agora? Crês que aqui as coisas se podem endireitar, que poderás sonhar, desejar, cumprir expectativas?
- Já não sei, e sobretudo ainda não sei onde estou e quem és tu, mais uma vez não estou a perceber nada. Mas posso dizer-te que me pareces ser de confiança, que algo em ti que me transmite segurança, será que estás aqui para me ajudar?
- Dizem que sim, que é essa a minha função, ajudar. Agora depende se tu queres ser ajudado. Se consegues concluir que aqui te podes virar ao contrário e ficar certo. Afinal foste tu que desejaste vir para aqui.
- Fui?
- Não te lembras?
- Não! Agora que perguntas vejo que não me lembro como aqui cheguei, que caminhos tomei, que decisão foi esta que me trouxe aqui e porquê.
- É natural, acontece a muitos que aqui chegam. A maioria nunca chega a saber por aqui chegou e por aqui está. Aliás nunca mais se lembrará.
(...)

As palhaçadas do nosso futebol

Afinal foi este o lance que "obrigou" o árbitro a expulsar o Javi?
Ou será que o auxilar, de nome Cardinali, assumiu o seu (verdadeiro) papel de palhaço?

segunda-feira, 7 de março de 2011

Agora é que o Sócrates está xis... perdão, lixado



Esperemos, para bem do país, que o Sócrates não apanhe um Xistra pelo caminho, senão é que, não só ele mas todos nós, estaremos lixados!

domingo, 6 de março de 2011

O Carnaval continua!



Este ano o Festival da Canção calhou no Sábado de Carnaval!

Olá (V)

(...)
- Ser? Ser é viver, é ter alma e sangue e vida.
- Pois aqui não há nada disso. Aqui está-se, pura e simplesmente.
- E onde estou eu?
- Aqui.
- E isso o que é?
- Isso, não é. Estás num não local, numa não vida, num não espaço. Aqui tudo é possível, porque aqui nada se pode prever, nem esperar, nem querer.
- Nem espaço. Aqui não há espaço. Não vejo mais ninguém para além de ti. Nem coisa alguma. Diria que estou num vazio.
- É boa essa definição. Sim, acho que podes dizê-lo. Estás numa espécie de vazio.
- E como é possível ver-te e falar contigo e até sentir-me?
- E tu sentes-te agora. Sentes-te realmente?
- É verdade, ainda não tinha reparado. Não me sinto. Mas sei-me.
- Isso é bom. Nem todos aqui chegam com essa sensação, com essa certeza.
- Não sei se é uma certeza. Mas sei que eu sou eu.
- Isso meu caro, é muita sabedoria. E quem és tu?
- Sei o meu nome, onde nasci, onde vivi, o que fiz e o que não tive coragem de fazer.
- E isso dá-te a tua medida? Isso faz com que te conheças verdadeiramente?
- Assim penso.
- Então diz-me outra vez, quem és tu?
- Sou eu ora essa.
- E o que é isso?
- Deixas-me confuso.
- Não, o que eu acho é que tu és confuso.
- Serei sim, também o acho, mas não faz isso parte da condição humana?
- Creio que terás razão. Os humanos são muito estranhos.
- Estranhos? Porque dizes isso? Não serás tu também humano?
- Humano, eu? Então ainda não percebeste?
(...)

sábado, 5 de março de 2011

The Divine Comedy - The Beginning



Foi por esta altura que Neil Hannon começou a aventura The Divine Comedy.

sexta-feira, 4 de março de 2011

Estugarda vs. Benfica ou Merkel vs. Sócrates ?

Ao menos aqui não foram os alemães que levaram a melhor!

Graças a Deus é sexta feira



Que o sol não deixe de brilhar este fim de semana!

Olá (IV)

(...)
- Porque te dirigiste a mim. Lembras-te?
- Sim…
- Então?
- E sabes qual é o sentido da vida?
- Já há pouco te disse que não compreendo inteiramente o que significa a VIDA.
- Nem eu tão pouco.
- Então porque te preocupas com isso?
- Porque assim talvez entendesse porque funcionou tudo ao contrário.
- E se te dissesse que nada funciona ao contrário. Que tudo é como devia ser.
- Eu não compreenderia. Eu não consigo compreender uma vida sem sonhos, sem objectivos, sem ilusões.
- E se eu te dissesse que não existe nada disso.
- Eu não acreditaria.
- Em que acreditas tu?
- Acredito em sonhos, em desejos, em vontades… ou pelo menos acreditava.
- E se tudo isso fossem ilusões?
- Então tu sabes o que são ilusões?
- Sei o que são desilusões, já muitos dos que aqui vieram me falaram nisso.
- Desilusões, desonhos, desvontades…
- O que lhes quiseres chamar.
- E aqui onde estamos, o que podemos esperar?
- Nada! Há lá coisa melhor do que não esperar nada.
- E como vivemos aqui, sem nada esperar?
- Viver?
- Sim, viver, aqui não se vive?
- Pois não, aqui está-se…
- Estar. Estar e ser.
- Ser? O que é ser?
(...)

quinta-feira, 3 de março de 2011

Par Bruxelles


Entretanto, por Bruxelas, mata-se a sede...

quarta-feira, 2 de março de 2011

Derby


E pronto, 3 jogos, 3 vitórias para o Glorioso. 6 a 1 em golos.
Como dizia o saudoso Hagan, no comments!

Histórias com Música (37)

O fim do mundo…
É, definitivamente, o fim do mundo!

Foi assim que ela se sentiu naquele dia já distante, enquanto olhava a chuva pela janela.
Nada mais interessava a partir daquele momento, não havia mais sentido possível para a sua vida, tudo se desmoronava à sua volta e a chuva forte que se fazia sentir lá fora só reforçava a sua ideia, a sua vontade de não mais prosseguir, de ficar por ali.
Sentira que perdera todas as suas forças, que mais nada interessava depois daquilo.
E estivera feliz. Sim, estivera tão feliz antes. Nunca se tinha sentido tão eufórica, com tantas certezas, com tanta vontade de rir, cantar e dançar.
E fizera-o. Fizera-o com todas as ganas. Dançara nas ruas, cantara nos jardins e rira-se por todo o lado. A vida não podia ser mais bela.
E, de repente, a frustração, o desencanto, o desabar de todas as vontades, de todas as euforias, de todas as esperanças.
É o que normalmente sucede depois da euforia, o retomar da normalidade é sempre doloroso, só que, para ela, nada disto era normal, tudo era uma anormalidade pegada.
Do fogo chegara ao gelo num ápice. E nem se lembrou do velho ditado que dizia, depois da tempestade vem a bonança, porque não veio, não chegou nenhuma espécie de bonança, veio apenas uma tempestade de sentido contrário. Que a maltratava, como nunca se sentira maltratada antes.
Foi então que se lembrou que dia era aquele e, num breve lampejo de lucidez, ou da sua ausência completa, sentiu que tinha uma vida inteira à sua frente.
Quase sem se aperceber sorriu: hoje faço 17 anos!


Olá (III)

(...)
- Não, nem sempre, é tudo uma questão de dosear as ambições.
-Ambições? É a mesma coisa?
- Será, talvez. Nunca me tinha apercebido que tudo isto anda tão ligado. Quase que sou levado a concluir que andamos por aqui sempre à espera que algo aconteça e que nos vamos frustrando à medida que o tempo passa e nunca lá chegamos.
- Pelo menos aqui estás a salvo disso. O tempo não existe. Ou existe mas sem objectivos, acho que já te tinha dito isto.
- Pois já e é por isso que estou tão atónito. Andei tanto tempo a correr atrás da felicidade e que agora não sei para onde me devo dirigir.
- Mas aqui não tens esse problema, não tens que te dirigir para lado algum. Tudo te vai chegar calma e tranquilamente.
- Tranquilamente, que sonho.
- Sonho? Era esse o teu sonho, tranquilidade?
- Também. Sabes, é muito difícil alcançar a tranquilidade, a calma que nos consegue levar até onde os caminhos que trilhamos não conseguem.
- E que caminhos são esses?
- São aqueles a que nos propomos em cada dia que passa. Aqueles que verdadeiramente desejamos e, sobretudo, aqueles para onde o quotidiano nos obriga a ir e que, a esmagadora maioria das vezes, não queremos ir.
- E por que vão?
- Gostava de te saber responder, era sinal que eu próprio tinha entendido o sentido de tudo isto. Mas não sei. É tudo muito complicado. Há tantos atalhos no nosso caminho, tantos caminhos secundários, tantos desvios, que, tantas vezes nos obrigam a desviar do caminho principal, que nos perdemos e então nunca mais o recuperamos, ou então só o recuperamos tarde de mais, como agora.
- Então achas que recuperaste o teu caminho? Aqui?
- Espero que sim. Não sei. Diz-me tu.
- Eu também não sei. Ainda não sei por que estás aqui. Só sei que estás. E, é verdade, não podes voltar atrás.
- Não posso mesmo?
- Nunca ninguém pôde. Acho que também não irás consegui-lo. Era isso que desejavas.
- Não sei. Isto é tão desconhecido para mim. Nunca pensei que poderia estar aqui a conversar contigo. E porque conversamos nós?
(...)

terça-feira, 1 de março de 2011

Who Am I ?


«(...)i’m the world you’ll never see i’m the slave you’ll never free i’m the truth you’ll never know i’m the place you’ll never go i’m the sound you’ll never hear i’m the course you’ll never steer i’m the will you’ll not destroy i’m the half truth in the lie i’m the why not in the why i’m the last roll of the die i’m the old school in the tie i’m the spirit in the sky i’m the catcher in the rye i’m the twinkle in her eye.

well, who am i?»