quinta-feira, 5 de março de 2009

O aniversário do Bom Malandro


«A última bala encontrou Renato, escondeu-se-lhe no peito, do lado esquerdo, caiu sem um grito, quem gritou foi Marlene tombando a seu lado – mortos os dois.
(…)
O relatório da autópsia disse depois que Marlene morreu de ataque cardíaco. Nada mais falso, mas desculpem-se os médicos porque não conheceram Marlene e Renato. O que aconteceu – conta a malandragem escondida pelos alçapões da noite no forro da cidade – foi que Marlene morreu também de um tiro, que lhe acertou em cheio no coração do seu homem.
(…)
Na manhã do outro dia, Flávio, o Doutor, Pedro Justiceiro e Arnaldo Figurante, trajando de luto, tomavam café e comiam bolos ao sol de uma esplanada, após terem lido os relatos dos acontecimentos.
«Andam à nossa procura. Se calhar vamos ser apanhados», disse Flávio, e recostou-se comodamente, voltado para o sol.
Pedro folheou um jornal até encontrar as palavras cruzadas, enquanto Arnaldo mastigava mais um bolo de chocolate.»


É assim que termina este enorme bolo de chocolate, salpicado de uma boa e deliciosa malandragem, que em boa, melhor, óptima hora, Mário Zambujal confeccionou.
Por este e todos os outros doces que imaginou, criou e nos ofereceu, lhe estou muito grato.
É com um sorriso guloso que lhe desejo, hoje, um feliz aniversário, esperando que o bolo sobre o qual canta os parabéns a você seja, no mínimo, tão alegremente calórico quanto todos aqueles que já saboreei à sua conta!

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