sexta-feira, 6 de março de 2009
Ir ao Intendente
A este nunca fui.
Naquele tempo, e se calhar ainda hoje, ir ao Intendente tinha conotações pouco edificantes. Mas não foi por isso que nunca lá fui. Foi porque, quando comecei a ir ao cinema, o Roxy já não mostrava os filmes que me despertavam a vontade. Passava aqueles que os seus programadores julgavam ser os preferidos dos frequentadores da zona, duma zona que, muitas vezes, parece ter esquecido que Lisboa mudou, se tornou outra. Embora não tenha a certeza que essa mudança tenha sido, efectivamente, para melhor. Pelo menos o esquecimento a que esta parte da cidade parece ter sido votada, com toda a certeza, que não a dignifica. O Intendente, para além de todas as conotações que o tempo e as circunstâncias lhe impuseram, parece hoje quase uma cidade fantasma, cheia de olhares vazios de esperança, fora deste tempo, imobilizada numa espécie de dor eternamente imóvel.
Bom fim de semana!
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1 comentário:
Belo comentário, Pan!
Realmente, às vezes parece que certas partes de certas cidades são "apagadas" da memória e as acções dos responsáveis (autárquicos,neste caso).
Faço votos para que esta, e outras, partes de Lisboa e não só) sejam reabilitadas para a cidade e sobretudo para TODAS s pessoas.
Abraço.
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