quarta-feira, 4 de março de 2009

As calorias do bom gosto


Atribuímos, nos dias que correm, a elegância à(s) magreza(s). A maior parte das vezes a uma magreza excessiva. Provocamos anorexias, que se manifestam no corpo e, sobretudo, nas cabeças de quem não consegue encaixar as devidas proporcionalidades.
A televisão e as revistas, que apelidamos de cor de rosa, mas que nos enchem de tonalidades acinzentadas, dão-nos receitas para a super forma, para as conquistas com que sonhamos mas que, evidente e naturalmente, nunca alcançaremos e dão-nos depois exemplos de vencedores. De vencedores dizem eles, de Cristianos Ronaldos, ou de Lucianas Abreus, que muitos sonham alcançar, mas que ninguém conhece na verdade.
É este um mundo absorto em fogos-fátuos, em quimeras infundadas, em ambições desmedidas porque não têm significado objectivo, porque não traduzem felicidades concretas, mas apenas esboços de sonhos tolos.
Estamos por isso de tal forma imersos nestes conceitos pastilha elástica, que nos esquecemos de lembrar que, mesmo que o bolo seja um assombro de calorias, é nele que está contido todo o gosto bom!
Apetece dizer, tal como faziam os nossos amigos gauleses: “Estes romanos são loucos”!

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