quarta-feira, 11 de março de 2009

Espelho meu...


No Expresso online:

«A vez do homem neossexual
Esqueça o metrossexual, que esbateu as diferenças de comportamento entre os dois sexos. Segundo um estudo encomendado pela Axe, elas preferem um homem capaz de encontrar um equilíbrio entre a virilidade e a sensibilidade. Que realce o seu lado mais forte e tradicional mas sem receio de ser sensível e emocional. Chamam-lhe neossexual e é o preferido de 80 por cento das 2800 mulheres, com idades compreendidas entre os 18 e 35 anos, inquiridas pela empresa de estudos de mercado argentina Datos Claros em 14 países da Europa, América do Norte, América do Sul e Ásia. (…)»


E se em vez de metro, homo, hetero, retro, bi ou neo, procurassem apenas o homem, ou a mulher, ou, ainda melhor, a pessoa?
Esta necessidade, absurda, de rotular, de catalogar, de arrumar é, no mínimo, um sintoma de que não conseguimos sobreviver sem nos expormos de forma contínua e artificial. Esta preocupação, doentia, em nos enquadrarmos numa qualquer embalagem, muitas das vezes sem termos a noção do que isso é, parece-me redutora perante a possibilidade, que devíamos aproveitar, de sermos apenas nós próprios, esquecendo espelhos que mais não são que espartilhos a um desenvolvimento salutar das personalidades que, desejavelmente, deviam esclarecer exactamente aquilo que somos e desejamos e não reproduzir meras imagens de gosto duvidoso.
A imagem, por muito agradável à vista que seja, não passa disso mesmo, uma mera imagem quantas vezes reflectida num espelho danificado.
E depois todos nos lembramos, ou devíamos lembrar, do que aconteceu à madrasta da Branca de Neve!

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