quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

Da criação de trogloditas


No DN:

«Ministério Público investiga queixas do Colégio Militar
(...)O caso dos cinco alunos do Colégio Militar internados por excesso de treino físico não é único. Neste momento, existem dois processos em investigação no Ministério Público (MP) e, pelo menos, outro está a ser julgado em tribunal. Tudo por alegados maus tratos por parte de estudantes mais velhos dentro da instituição.(...)»

Não é violência, dizem eles. É disciplina, dizem eles!
Esta necessidade, inominável, de fazer passar a ideia de uma masculinidade acéfala, que vigora entre as mentalidades tacanhas e parolas dos nossos jovens aspirantes a militares (e em muitos outros também), que procuram provar a si próprios e, sobretudo aos seus pares, que são fortes e invencíveis, parece-me coisa própria do passado, de um passado em que a condição humana não era, minimamente, respeitada, em que ser homem era sinónimo de não ter sensibilidade, de não verter uma lágrima, de não saber que ser pessoa é um conjunto de várias componentes que, todas juntas, criam o homem e a mulher, a pessoa!
Isto faz com que suba, de novo, à tona a ideia que já possuo há muito tempo, a de que o exército português e seus sucedâneos não servem, exactamente, para nada. A não ser que se considere a criação de trogloditas como uma prioridade nacional!

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