quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

451 º


Ray Bradbury e François Truffaut quiseram mostrar-nos como seria. Como num mundo semelhante ao nosso se queimariam as ideias, se destruiria a beleza, se acorrentava a imaginação. Os homens, manietados por forças superiores, não olham a meios para as venerarem cegamente. Felizmente que há sempre alguém que tem dúvidas, há sempre que tenta pensar, há sempre alguém que, mesmo a medo, se propõe a reagir. Há sempre alguém que consegue dizer NÃO! Mesmo que para isso se condene a penas mais perversas que uma qualquer imaginação delirante consiga engendrar. Primeiro que tudo a sua própria consciência! Depois os outros, os ditos e mexericos, os olhares penetrantes que lhe vão tentando destruir as defesas. No fim de tudo saberá que a sua recompensa nunca lhe será entregue, mas terá plena consciência de que o fogo, na verdade, não regenera, apenas destrói aquilo que nos é caro, pelo que é absolutamente necessário mantê-lo longe da corrente por onde o essencial se vai escoando! A não ser que o mundo, qual fénix, se consiga recuperar e nele só sobrarem aqueles que, ingénua mas decididamente, peguem na palavra e a tornem verdade!

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