terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

Perseguindo a imaginação


É verdade que muitas obras de culto, seja no domínio da música, do cinema ou da literatura, o são porque um conjunto significativo de entusiastas as tomam como suas. Não, bem entendido, no sentido da sua autoria, mas como fazendo parte integrante de todo um universo que se cria à volta dos seus objectos de devoção. São muitos os exemplos em que pequenos nichos de leitores, ouvintes ou espectadores elevam de tal forma a sua obra preferida que se formam autênticas venerações eucarísticas.
Normalmente estas devoções, cedo ou tarde, desaguam na correnteza de rios maiores e passam a estar disponíveis a todos os outros. Dessa forma a massificação torna-se, praticamente, incontrolável. O que não desagradando a uns, transforma os mais fielmente fanáticos, em defensores intransigentes daquilo que julgam ser a pureza da obra.
Aconteceu assim como várias obras, com muitos autores. Um dos mais significativamente trabalhados, foi J.R.RTolkien, que é alvo, quase 36 anos após a sua morte, duma legião imensa de admiradores (entre os quais me incluo). A sua obra mais conhecida O Senhor dos Anéis, publicada em meados da década de 50, já foi alvo duma adaptação ao cinema, por Peter Jackson, filmes que arrecadaram, no seu conjunto, 17 Óscares e foram dos mais rentáveis de sempre. A parafernália de objectos é imensa. Os trabalhos literários dedicadas a esta obra e ao seu autor são infindáveis. O seu primeiro livro, O Hobbit, está prestes a ser filmada, numa realização de Guillermo del Toro.
E agora surge isto:

«Um grupo de fãs da obra de Tolkien, em especial da trilogia de o O Senhor dos Anéis, decidiu criar um novo filme inspirado na obra do mestre! Neste filme, que terá um baixo orçamento (dez mil dólares) e que contará apenas com cerca de trinta minutos de duração, é relatada uma das histórias mais obscuras que se alicerçam nos apêndices da obra de Tolkien, um dos episódios mais misteriosos e decisivos da saga: a perseguição de Gollum feita por Aragorn!(…)»

Não há peias para a imaginação!

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