sexta-feira, 2 de novembro de 2007

Memorial do Convento


Comemoram-se este mês os 25 anos da publicação de Memorial do Convento, ao mesmo tempo que Saramago vai completar 85 anos.
Este foi o primeiro livro deste autor que li e, mesmo depois de já ter lidos muitos outros, continua a ser aquele de que mais gostei. Ali encontrei uma nova forma de contar histórias, de contar a nossa História, de entender a cidade de Lisboa e alguns dos seus personagens mais peculiares,personagens reais, inventados, personagens que lhe dão vida e muita cor. Blimunda e Baltazar, o soldado maneta, são duas das maiores criações livrescas, atrevo-me a dizer, de toda a literatura portuguesa. Saramago criou, neste romance, uma nova forma de escrever, muito aplaudida, mas também muito criticada. De qualquer forma a sua veia polémica e, sobretudo, a sua capacidade de escrita e de contador de histórias é, obviamente, única e acima de qualquer média. O Nobel não é, certamente, de somenos importância.
Depois deste li quase todos os outros romances que deu à estampa. De todos estes só me apeguei convictamente a mais dois, a Jangada de Pedra e O Ensaio Sobre a Cegueira, também eles marcos maiores nas letras que se escrevem em português.
Continua, no entanto, a ser O Memorial do Convento aquele que mais me faz gostar de Saramago e sobretudo da sua escrita singular.
Que Saramago nos permita continuar a viajar por estes céus, onde a Passarola de Bartolomeu de Gusmão ainda voa com a ajuda dos poderes únicos de Blimunda.

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