terça-feira, 13 de novembro de 2007

Certezas




Dizem que a música é essencial para o nosso dia a dia. Que através dela se conseguem exprimir e experimentar as sensações mais sublimes de que somos capazes. Que nos torna mais libertos e disponíveis e que, por outro lado, nos faz pensar, reflectir, mas também dançar, descontrair. Acho que é verdade tudo isso. E muito mais que isso também. Tenho para mim que sou um ouvinte persistente de muita música, de muitas músicas. Alarguei, com o tempo, um espectro de músicas que, nos tempos da adolescência se resumia quase ao tipo de música que elegi como o melhor, não dando azo a que outros me pudessem "incomodar". É assim que se funciona nessa altura, não admitimos nada que nos possa "distrair" do que cremos ser o melhor, mesmo que, até possamos considerar que há outras coisas que mereçam essa pena. Na adolescência estamos muito certos daquilo que queremos e somos. Com o passar do tempo, no entanto, vamos tomando consciência de que existem outras coisas para além de nós e da nossa "tribo".
E foi por aí que comecei a ouvir todas as músicas que me surgiam pela frente. Desde a chamada clássica, ou erudita, passando por todos os tipos que cabem nesse grande chapéu de chuva a que chamamos música popular; o rock n'roll, o folk, o rock progressivo, o rock pesado, o punk, a new wave, o "urbano-depressivo", o grunge e por aí fora, mesmo aquelas que não cabem em compartimentos. E depois o leque também se pode alargar às diferentes proveniências; desde logo a anglo-saxónica, a maior fatia, mas também a portuguesa, a francesa, a italiana e a brasileira, por exemplo. E a seguir a grande distinção entre mainstream e a chamada alternativa.
O facto é que, neste emaranhado todo de tendências, de origens diferentes, de sons díspares e muitas vezes contraditórios, fui elegendo uns quantos como os mais favoritos, aqueles que, desde a primeira audição, se foram tornando companhias importantes, mesmo indispensáveis.
Já por aqui dei conta de umas quantas bandas que fizeram comigo esse caminho, e que, ainda hoje o fazem e, estou certo, o farão. E, por isso, apeteceu-me, tendo em consideração essa ideia sempre tão passível de erro e de subjectividade, eleger um conjunto de autores/compositores que creio serem os melhores de sempre. Estou certo que é uma escolha minha, pessoal e intransmissível, estou certo que não quero influenciar ninguém com ela, mas estou, sobretudo, certo que estou certo nesta escolha, que estes são, definitivamente, os melhores para mim, sem prejuízo de vir acrescentar mais algum num futuro próximo.
Às vezes é bom voltarmos a ser adolescentes e ter este tipo de certezas.

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