quinta-feira, 15 de novembro de 2007

Ian Curtis


Depois da "injecção" punk, da reviravolta em termos musicais e de atitude perante a vida, que aconteceu no inicio da segunda metade de 70, veio a ressaca! A euforia deu lugar à introspecção, a um "virar para dentro". No pós-punk surgiram, nalguns casos sintomáticos, os verdadeiros apóstolos do no-future, tão apregoado pelo movimento punk. Chamaram-lhe urbanos-depressivos, vestiram-se de tons carregados, negros e cinzentos se tornaram, quais aves de mau agouro que começaram um pairar lento, mas seguro, sobre as mentes dos jovens da altura, dando-lhes doses industriais de melancolia incontida, de caminhos escuros e tortuosos, de imediatismos depressivos, no entanto, tudo isto era servido em baixelas de um ouro cintilante, regado com sons únicos e, muitas vezes, de uma beleza éterea, de uma sensibilidade à flor da pele, com uma força incontrolada e incontrolável.
Dos seus obscuros casulos saíram pérolas esvoaçantes, que se deram a conhecer por muitos nomes, Echo and the Bunnymen, The Cure, Dead Can Dance, Cocteau Twins, Peter Murphy, Sisters of Mercy, This Mortal Coil e, primeiro que todos, Joy Division.
Hoje, Anton Corbijn, mostra em Portugal o seu primeiro filme,chama-se Control e mostra-nos como um anjo negro abriu asas e voou para céus onde o azul era uma mera miragem.

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