quarta-feira, 28 de novembro de 2007
Gratidão
Será que já nos demos conta que, em português, a palavra que usamos para exprimir este sentimento tem uma conotação de obrigação?
Será que já pensámos que o facto de nos sentirmos gratos a alguém ou alguma coisa, nos dá a sensação de estarmos obrigados?
Será isso a gratidão? Uma obrigação? Uma "muito" obrigação?
Uma compensação por aquilo que alguém nos fez e, eventualmente, nos agradou?
Estamos obrigados a compensá-la? A retribuir? É um jogo de trocas a gratidão?
Eu prefiro pensar nela como numa espécie de bênção. Como uma espécie de dom! Como uma sublime sensação de conforto, de satisfação, de partilha!
Estar grato é conhecer o prazer e a alegria de, num momento certo, ter estado no lugar certo e ter usufruído desse momento, dessa dádiva única que nos é proporcionada.
Estar grato é reconhecer isso e é ter a capacidade de olhar e ver o que realmente importa. É ter o privilégio de crescer mais um pouco, de conseguir uma elevação fora do comum.
Estar grato não é estar obrigado a ser, a fazer, a desejar. Esta grato é depois disso, é para além disso. É ter a capacidade de abrir os olhos, fitar e sorrir ingenuamente, porque só assim é o sorriso verdadeiro, a autêntica entrega. Só assim se mostra disponibilidade, só assim se consegue abrir a alma e dizer, com a voz que vem do seu fundo: Dou Graças!
Talvez por isso seja tão dificil estar grato, talvez por isso o "som do choro" se sobreponha a tudo o resto!
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