sexta-feira, 17 de outubro de 2008
Os livros de verdade
No futuro, que já está aí, os livros, tal como os conhecemos, irão provavelmente desaparecer. Os e-book vão, calma e sorrateiramente, aparecendo. Um aparelhómetro electrónico, com as dimensões aproximadas de um livro verdadeiro, vai poder conter dentro de si muitos livros, quem sabe colecções inteiras, vai poder disponibilizar muitos ilusionismo tecnológicos, coisas interactivas que, dizem-nos, podem até estimular a leitura, a interacção da leitura com modelos avançados do crescente poderio informático, dando aos novos leitores hipóteses de fazer movimentar aquilo que estão a ler. Se calhar, digo eu, até conseguem pôr as letras a dançar, pôr as palavras fora do lugar, fazer jogos de escondidas com os leitores e sei lá quantas mais manigâncias.
Serão mais ecológicos, não utilizam papel, não criam pó, não cheiram a mofo… não têm, creio eu, vida!
Porque os livros em papel, por terem muitos cheiros, por terem muitas cores, por sofrerem muitos toques,por serem imperfeitos, por terem muito pó, por nos conseguirem sorrir e fazer sonhar, são como que outra vidas que temos nas nossas mãos, não são meras caixas tecnológicas vazias de emoção que se ligam e desligam com a pressão de um botão!
Um livro verdadeiro está sempre aberto, está sempre ligado, está sempre vivo! Tal como um ser vivo, ganha pó, ganha cheiro, respira e transmite vida, não é só um ecrã que se acende e apaga.
No futuro, que já está aí, os livros, tal como os conhecemos, não irão, provavelmente, desaparecer, porque, por muita tecnologia que se invente e ponha a circular, as pessoas serão sempre pessoas e os livros são feitos por e para elas! Com tintas e emoções de papel! Verdadeiras!
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