terça-feira, 21 de outubro de 2008

A magia dos brinquedos


No JN:

«Museu do Brinquedo mostra como notáveis se divertiam em criança

(…)A nova exposição, patente até 28 de Fevereiro de 2009, constrói-se com um mundo de curiosidades e de pequenos objectos, alguns insignificantes a um olhar menos atento mas que, em determinado período de tempo, tiveram uma importância fundamental na vida dos seus donos.
(…) Ana Arbués Moreira apenas lamenta "três grandes ausentes" que, por mais que procurassem um brinquedo da sua infância, pelas mais variadas razões não o conseguriam encontrar. Entre essas personalidades ausentes estão José Saramago, Manoel de Oliveira e Paula Rego. (…) Apesar destas ausências os visitantes vão surpreender-se com a caixa "Meccano" que fez a alegria da infância do professor Marcelo Rebelo de Sousa, os quatro carrinhos e o primeiro livro do "TinTim, pertencentes ao actual presidente do Tribunal de Contas, Guilherme d'Oliveira Martins, o singelo pião do nosso medalhado maratonista olímpico Carlos Lopes, a viola que alegrou os dias do escritor José Luís Peixoto, o gatinho de peluche da nossa também medalhada olímpica Vanessa Fernandes, o palhaço da meninice do premiado fadista Carlos do Carmo ou o tricilo de Fernando Seara, o actual presidente da Câmara Municipal de Sintra.»


Acho que todas as iniciativas que tenham como objectivo revelar a magia da infância, dar-nos conta de momentos únicos, devolver-nos o sabor, nostalgicamente doce, dos tempos passados, são de louvar. Assim me parece ser esta nova exposição que o Museu do Brinquedo de Sintra leva a efeito.
No entanto, tenho dúvidas se a eficácia expositiva em concreto, não ficaria melhor servida se, em vez dos brinquedos escolhidos, tivessem sido expostos os brinquedos do Manuel, do António, do José, da Maria, da Inês ou da Isabel.
Eu até percebo a escolha feita, sobretudo o seu poder mediático, mas não julgo que a exposição, ela própria, ganhe muito com isso. O anonimato das peças em exposição decerto lhe traria mais riqueza em termos da qualidade do acervo. Até porque e tendo em conta alguns dos notáveis seleccionados, não me parece que os mesmos, pelo menos a julgar pelas suas constantes intervenções públicas, se lembre da magia, da riqueza e da necessária fantasia, que a infância transporta consigo e que, em última análise, devemos trazer constantemente para as nossas acções quotidianas!
Já agora, deixem-me dizer-lhes que gosto muito deste museu!

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