quarta-feira, 8 de outubro de 2008

Os jornais e a BD

A banda desenhada foi, durante muitos anos, remetida para o canto dos livros indesejáveis. Apenas uns quantos, considerados menores (?), se lhe dedicavam e só outros quantos, considerados quase analfabetos(?), a liam.
É no entanto sabido, no fundo sempre foi, que a banda desenhada é um dos expoentes mais altos da arte de escrever e desenhar. Quantos grandes romances de aventuras, mas também de reflexão, de amor, mas também de antecipação científica, não foram publicados em forma de banda desenhada? Quantas verdadeiras obras de arte não foram pensadas e executadas a partir dos traços inovadores e únicos dos autores de banda desenhada? Quantos momentos de uma magia intensa nos foram oferecidos em inúmeras pranchas de um movimento intenso, em quadradinhos que cristalizaram criações que se tornaram imortais?
A banda desenhada é hoje considerada uma arte, a 9ª e várias são já as gerações que não passam sem ela!
Os jornais e as revistas tiveram, durante muitos anos, o privilégio de no-la darem quase em exclusivo. Depois disso os álbuns com histórias completas tomaram a dianteira e ofereceram-nos, de uma vez só, toda a magia, o suspense e a beleza que antes só chegavam em doses periódicas.

No entanto, há jornais que nos continuam a presentear com BD. Não propriamente nas suas páginas, mas oferecendo-nos a possibilidade de adquirir os álbuns a preços mais convidativos. Em Portugal vários foram os exemplos. Desde o Independente com algumas histórias de Tintin, ao Record com Blake e Mortimer. Mas um leva a palma. O Público, jornal que dá uma particular atenção à divulgação da BD, tem-nos dado igualmente a oportunidade de ir coleccionando as séries mais clássicas, como foram os casos das Aventuras de Tintin, de Spirou e mais recentemente de Blueberry. Hoje inicia-se uma nova aventura, uma colecção de luxo, segundo diz a publicidade, da obra imortal de Jacobs e seus continuadores, Blake e Mortimer.
Saudemos pois esta feliz iniciativa e façamos votos para que outras vão surgindo, como por exemplo, o classicismo espácio-temporal de Valérian e Laureline e esses enormes expoentes desta arte como são Bilal, Bourgeon ou Boucq!

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