quinta-feira, 9 de outubro de 2008

A mão do pintor invisível


Não quero ser pré-determinista! Tenho para mim, e assim me tenho regido, que o mundo ainda não existe para lá do agora.
Não creio que os astros me possam dizer o que vou fazer amanhã. Não acho que carta alguma, por muito esotérica, me consiga prever a semana que vem.
Não acredito que uma bola de cristal possa ser algo mais que um bibelot de gosto suspeito.
Contundo sei reconhecer que observar a vida desta forma tão positivista, pode não deixar grande margem para a fantasia, para o sonho, para a cor.
Não acompanhar o destino porque nele não se acredita, pode acarretar algumas perdas. Até porque o destino não pode ser sempre tão cinzento como alguns dias que vão correndo incessantes sem que o sol se atreva a brilhar.
De qualquer forma continuo a acreditar que o dia de amanhã vai nascer virgem; que acontecimento algum esteja pré-determinado; que nenhum deus ou diabo nos há-de espreitar na esquina mais próxima.
Assim a cor do dia há-de ser aquela com que nós a pintarmos, se tivermos as tintas certas, se conseguirmos segurar os pincéis correctos, se não borrarmos a pintura.
Apesar de tudo gostaria (quem não?), de ter comigo a paleta certa que ajudasse a minha mão!

Sem comentários: