terça-feira, 8 de abril de 2008

Salvações...


Uma das minhas mais presentes nostalgias da adolescência, é aquela certeza, inabalável, de que uma música nos podia salvar a vida!
De que não precisávamos de dormir, de comer, de sonhar sequer, porque tudo se resumia ao som e à palavra daquela canção, que nos acompanhava sempre, que se mantinha ora forte, ora suava, mas que nos sobrevoava como um anjo da guarda, como uma maldição benvinda, como um sol, ou uma nuvem, assim nós sorríssemos ou chorássemos.
Ela salvava-nos porque era assim que nós éramos, com a idade própria para sermos salvos pelo instante duma canção, pelo instante que se tornava infinito, que se desejava perpétuo, que jamais se perdia num tempo medido.
Hoje a música continua aqui, só que o tempo tem vindo a ser contado e as certezas absolutas tornaram-se memórias daqueles dias tão perfeitamente cantados!

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