sexta-feira, 18 de abril de 2008
A escrita livre!
Confesso que ainda não sei muito bem em que vai consistir este novo acordo ortográfico. Confesso, também, que me chateia um pouco que me ponham novas regras na maneira de escrever, pelo menos agora, que já estou tão habituado à que tenho.
Confesso igualmente que este acordo me parece ser perfeitamente inútil.
A língua é dinâmica, viva, reinventada a cada dia que passa. Mexe-se e solta-se, dá reviravoltas, piruetas e volta a acalmar. Mas nunca pára, nunca fica por fazer, não é muda!
A forma como é escrita, se bem que se compreenda a necessidade de regras, deve ser, igualmente, criativa, dinâmica, prova evidente que está viva e que se move.
Esta nossa língua é antiga, cresceu, mudou-se, viajou muito e, normalmente, estendeu-se por muitos ramos, subiu por muitas folhas, algumas caíram, outras voaram, outras mantêm-se viçosas.
Esta minha língua é a mesma que falam D. Dinis, Camões, Vieira, Garret, Eça, Pessoa, Jorge Amado, João Ubaldo Ribeiro, Vinicius de Moraes, Saramago, Pepetela, Cardoso Pires, Luandino Vieira, Lobo Antunes, Mia Couto e nunca nenhum deles, e de tantos outros, a escreveram de forma igual.
Por mim, deixava-a estar como está. A regra mínima, a criatividade toda!
A minha língua é a minha Pátria, a forma como a escrevo é a minha Liberdade.
E eu, já agora, prefiro uma Pátria Livre!
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