segunda-feira, 28 de abril de 2008

A liberdade passou por aqui!


Em 1974 acreditámos todos. Até eu, que vivia há pouco mais de uma década, acreditei.
Acreditei numa alegria sincera que vi à solta nas ruas.
Acreditei nas cantigas que se cantavam por todo o lado, nas manifestações espontâneas que a toda a hora se soltavam.
Acreditei que o mundo era bom, que as pessoas podiam ser felizes, que o mundo era nosso e que o podíamos usar com um sorriso aberto e sincero.
Acreditei eu, que era uma criança, como acreditaram os outros que tinham muitos mais anos de esperança e (des)ilusões.
Durante dias, semanas, meses até, a liberdade andou à solta. Viveu em cada um dos que nela acreditaram, sem peias, sem reservas.
Mas outros houve que não a viram, que não a souberam viver de forma espontânea, real, verdadeira.
Outros houve que começaram, imediatamente, conjuras maquiavelicamente encapotadas.
Outros houve que juraram roubar aquela felicidade que Abril nos mostrou.
E, o pior de tudo, é que conseguiram!

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