terça-feira, 15 de abril de 2008
O que escrever?
Às vezes tenho tanta coisa para dizer que embatuco. Fico sem palavras, não as sei organizar, colocar em sintonia, em cadência lógica, perceptíveis, legíveis.
O cérebro corre, de facto, muito mais rápido que os dedos. Num repente o pensamento que se quer anotar já fugiu. Célere como um foguete, mais fugaz que o queimar de um fósforo. E depois a ideia desvanece-se. Mil gotas de um pensamento que se diluem, evaporam-se num brevíssimo instante. Formam-se nuvens naquele sítio onde as palavras corriam incessantemente e depois, depois já não as consigo retomar e perdem-se.
Provavelmente não eram nada importantes, a sua relevância era mínima ou nula, mas, de qualquer forma, é sempre um pouco frustrante querer vestir de palavras um pensamento que teima em fugir.
Por aqui fico então, sem mais saber o que escrever. No entanto, vejo agora, consegui escrever sem nada dizer, o que, não sendo relevante ou importante, não deixa de ser recompensador.
Afinal uma não ideia também serve para escrever!
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