quarta-feira, 23 de abril de 2008

Dia Mundial do Livro


Nos nossos dias escrever tornou-se um acto (quase) banal. Tal como ler.
Com o advento da cultura de massas, o saber ler e escrever tornou-se uma ferramenta indispensável para a vida quotidiana e, digo eu, ainda bem.
Mas, como acontece em todos os dominios, saber ler e, sobretudo, saber escrever é (ou deveria ser) muito mais que isso.
Apesar do número de analfabetos se estar a reduzir fortemente, acontece um fenómeno que tende a banalizar-se sem que (quase) ninguém se aperceba ou queira aperceber-se. Trata-se de uma nova forma de analfabetismo literato, ou seja, aquele que passa por saber juntar as letras, formar as palavras, mas não perceber o seu significado. Não alcançar para além do mero formalismo, não ter a capacidade para ver além do imediato, no fundo não saber ler!
O mesmo se passa com a escrita. Todos os dias saem novos livros. Qualquer um se julga escritor, qualquer um se atreve a um estatuto que, deveras, só pertence a alguns.
Não lê quem quer, muito menos, não escreve quem quer. Há que haver disponibilidade, capacidade, humildade e sobretudo vontade e saber.
Neste Dia Mundial do Livro, louvemos, simplesmente, os escritores que escrevem, que acrescentam! Louvemos, naturalmente, os leitores que os acolhem e lhes dão vida!
Leiamos pois, os livros que nos encantam, aqueles que têm as letras que se movimentam, que vivem, que formam imagens, sons e cheiros. Os livros que nos elevam, enquanto escritores e leitores, os que têm alma e nos concedem desejos. Os livros que vivem para além do tempo, que nos engrandecem para além do espaço. Os livros que vivem no papel, mas, sobretudo, dentro de cada um de nós!

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