sexta-feira, 28 de dezembro de 2007
Mea Culpa
Vivemos num país fundamentalmente cristão, de matriz judaico-cristã, maioritariamente católico, fundamentalisticamente católico!
Costumam-nos dizer,também, que vivemos num estado de direito. Cheio de regras, leis e princípios morais, teimosamente, inalteráveis.
É, igualmente, hábito, afirmarem-nos que somos um país de brandos costumes, de sub reptícios princípios, aparentemente, democráticos, mas intensamente reaccionários.
Somos, na verdade, cultores da culpa, melhor, da culpabilização alheia e, provavelmente pior (ou não?) da auto-culpa.
Mãe de todos os pecados, provocadora de sofrimentos, quantas vezes mudos e surdos, mas perfeita e silenciosamente avassaladores.
Está tudo tão enraizado em nós que quase parece genético e, como tal, não se vêem melhorias com as novas gerações.
A atribuição de culpas será o mais popular "divertimento" nacional. A criação de bodes expiatórios é, talvez, a nossa maior e mais antiga instituição.
Apesar do próprio Cristo ter dito algo como, quem não tiver pecados que atire a primeira pedra, nós teimamos, apesar do nosso cristianismo, ou, sobretudo, por isso mesmo, em atirar cada vez mais pedras!
No fundo, não sei mesmo o que se poderá ganhar com isso, não encontro nenhuma lógica racional, nem sequer alguma emoção irracional. Só se explicará, talvez, pela necessidade de nos mantermos, artificial e aparentemente, livres da dor culposa, pelo menos até que a próxima culpa nos mortifique os sentimentos, ou, pelo menos, até a conseguirmos passar a outrem.
O problema é que não consigo vislumbrar alternativa a situações como estas, continuamos a encher os bolsos de pedras, prontas a serem atiradas, infelizmente!
E o pior é que, também eu, sinto, por isso mesmo, algumas culpas no cartório!!!
Peço desculpa...
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