sexta-feira, 28 de dezembro de 2007
The Big Blue
O Homem sempre procurou o belo, sempre se esforçou por dar significado à vida através dessa procura. Alguns iluminados têm-no conseguido e, muitos deles, têm connosco partilhado os seus achados. Através da música, da pintura, da dança, da literatura, do teatro e de tantas outras formas de expressar aquilo que foram encontrando. A maior parte de nós não conseguiu, ainda, essa capacidade de expressão, embora, continuemos a insistir nessa procura. Muitas vezes deparamo-nos com o belo dentro de nós, mas por incapacidade, às vezes por egoísmo, outras por mera ignorância, não lhe conseguimos dar forma e então socorremo-nos das expressões dos outros para tentarmos dar luz à nossa visão. Sem plágio sequer, apenas porque alguém conseguiu dizer, ou fazer, exactamente aquilo que nós pretendíamos mostrar. No fundo aspiramos à partilha desse belo, à sua expressão máxima dentro das nossa possibilidades.
Há quem diga que o zénite dessa procura é, não encontrar o belo por si próprio, mas sim chegar ao divino. O divino será o superlativo da beleza, conseguir lá chegar será, porventura, alcançar o paraíso, um Éden virtualmente real.
Vários pensaram alcançar o divino numa personificação de Deus, assim o fazem muitas das tendências religiosas que actualmente vigoram por todo o mundo. Outros, talvez mais certos, procuram-no individualmente, não para apenas o guardarem para si, mas para o partilharem, não o impondo, mas partilhando-o, pura e simplesmente, para aqueles que o pretendam ouvir e, mais que tudo, assimilar.
Há uns anos Luc Besson fez um pouco isso e deu-nos um filme magistral. Não falo só do argumento, nem dos actores, nem sequer da, muito bonita, fotografia. Falo daquilo que se pode tirar de um ou dois momentos do filme, de uma ou outra simples e efémera frase. Cito Enzo Maiorca: God is at the bottom of the sea and I dive to find him. Ou lembro a última imagem, quando Jacques Mayol larga o cabo de segurança e inicia uma viagem interminável no Grande Azul!
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