terça-feira, 4 de dezembro de 2007

Esquecer, nunca!


Já por aqui falei de Leo Ferré, aliás nunca me canso de ouvir Leo Ferré, poeta maldito, anjo negro, senhor da mais intima solidão, arauto da desesperança, profeta do desespero duro mas feliz, para quem a melancolia é um estado de alma supremo.
De Leo Ferré gosto de muitas canções e poemas ditos com a sua voz cavernosa, pungente de uma dor vivida, de uma angústia gritada, de uma fatalidade sem recurso.
Apesar de tudo não vejo o mundo e a vida tão negros como o poeta, felizmente!
Nesse sentido gosto muito desta música, embora não concorde inteiramente com a sua visão. O tempo não nos leva tudo, o tempo não apaga tudo, o tempo não é o fim. Pelo contrário, é pelo tempo que corremos, é por ele que podemos ter esperança(s), é com ele que construímos a(s) vida(s) que desejamos.
Ficam aqui, no entanto, as primeiras palavras de Avec le Temps , música maior de um poeta grande, palavras sentidas que, apesar da sua força, nem sempre nos forçam a nelas crer! Porque depois do tempo, outro tempo virá e com a sua memória se evitará o esquecimento!
«Avec le temps
Avec le temps...
Avec le temps, va, tout s'en va(...)»

Sem comentários: