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Já começam a aparecer novamente por aí. A exemplo do que se passou em 2004 e 2006, as janelas começam a engalanar-se com bandeiras. Eu próprio irei, quase de certeza, associar-me a esta salutar demência colectiva que percorre o país inteiro por alturas das grandes competições internacionais de futebol.
É com algum gosto que o faço, com alguma vontade de estar a contribuir, ainda que muito modestamente, para que a selecção de futebol possa ter algum tipo de êxito. Por aí não me parece que venha mal ao mundo. Uma dose, comedida, de patriotismo futeboleiro não fica mal a ninguém. O que me preocupa no entanto, é que toda a gente que alinha nesta euforia do pontapé na bola, pondo bandeiras à janela, assistindo a todos os jogos pela televisão, parando tudo por 90 minutos de sonho e ilusão, chegue rápida e obviamente à conclusão de que tudo não passa de um jogo de futebol. E que o país não progrediu nem um milímetro, a gasolina não baixou, os impostos não desceram, os pobres continuam pobres, os pedófilos continuam por aí, o dinheiro teima em não chegar e que afinal o futebol não trouxe nada de novo. Mesmo que tenha alegrado as gentes por breves instantes, a selecção não resolveu os seus problemas e depois, quando recolhermos as bandeiras que estendemos nas janelas, o que nos vai alegrar?
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