segunda-feira, 12 de maio de 2008

A ilusão das aparências


Quantas vezes ao lermos o resumo nas badanas nos decidimos se vamos, ou não, comprar aquele livro? Quantos de nós não pegamos num livro e o olhamos sem saber mais nada dele a não ser o que vem escrito na contracapa e assim decidimos se o vamos, ou não, levar connosco?
Quantas serão as pessoas que julgam um livro, apenas, pela sua capa e assim escolhem, ou não, começar a lê-lo? Porque, o que importa aqui? Neste primeiro contacto, nesta primeira escolha?
O que a capa nos mostra, o que a badana nos informa, ou o que a contracapa nos diz? Ou tudo isso junto?
Arriscamos aquela leitura porque o aspecto, a informação breve e sumária, nos desperta alguma vontade, um pré entusiasmo, uma vontade súbita, certamente cega.
Quantas vezes nos sentamos, depois, com aquele livro na mão, o começamos a folhear e o entusiasmo não surge, a vontade esmorece, a capa torna-se menos agradável e a badana mentirosa.
Pode ficar então por ali, a embelezar a prateleira, a fazer número na biblioteca, a esperar nova oportunidade, ou simplesmente ser deitado fora.
E perguntamo-nos como escolher um novo livro? Como saber, antecipadamente, se dele vamos gostar. Mas não obtemos respostas, simplesmente porque não há. Porque nunca se sabe antes de se ler. É isto que torna este exercício tão aliciante. Do nada pode nascer uma surpresa, um encantamento, independentemente das capas, resumos, badanas.
Porque é no seu interior que reside a beleza, aquilo que em nós pode despertar a vontade em continuar.
A frase feita cabe aqui que nem ginjas e nunca o cliché foi tão fácil de dizer (se bem que em inglês, já que soa muito melhor): ...don't judge a book by his cover...

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