sexta-feira, 8 de maio de 2009

Subindo a Calçada


Já foi terra de saloios, quando a cidade se concentrava à volta da sua baixa. Arrabalde, fora de portas que, com o crescimento da cega fúria urbanizadora, se tornou em qualquer coisa que não consigo denominar. Integrou a cidade e tornou-se numa das suas portas, por onde passam milhares de veículos que nunca param, nunca vêem, nunca sabem. Mas há quem por lá viva, naquela espécie de colina a que chamamos Calçada de Carriche, mesmo junto à rua estreita, que ainda cheira a antigo e que dá nome a toda a zona, Lumiar. Lumiar foi também o nome de um cinema que por lá havia. Vi muitas vezes as letras, que no exterior o intitulavam. Creio ter sido uma sala de reprises, tal como as que existem (ou existiam) em muitas vilas por todo o país. Nunca lá entrei. Como provavelmente aconteceu com quase toda a gente. Talvez por isso tenha fechado, porque estava num sítio onde ninguém pára, nem mesmo os que por lá vivem, o que, infelizmente, vai acontecendo um pouco por toda a cidade, as pessoas vão passando, mas poucos por lá param.
Bom fim de semana!

2 comentários:

miguel disse...

A "seita" da Chámel de Odivelas foi muitas vezes ao cinema Lumiar. Em peregrinação. Histórias curiosas: desde levarmos as namoradas a ver o Verão 42 (se a memória não me trai, foi o filme que estreou o cinema)a quase 40 parceiros a contar, ruidosamente, desde o 1º ao 137º morto de um improvável "western spaghetti"... ao Vitor Akabu a levar um cão vadio ao colo para dentro da sala com bilhete comprado e tudo para o canídeo...e muitas outras histórias de um cinema saloio à mão de semear do pessoal de Odivelas.

Pan disse...

O Verão de 42 é um excelente filme! E parece que acertei, mesmo sem lá ter ido, um cinema para a saloiada com histórias divertidas!