domingo, 3 de maio de 2009

O triunfo do céptico


Nunca acreditou que a vida fosse mais do que os curtos anos que lhe foram concedidos naquele pequeno planeta dum remoto sistema solar, perdido numa galáxia de segunda categoria.
Nunca esperou, aliás, que houvesse mais significado para o facto de estar vivo, do que o fortuito acaso de se terem juntado uma espécie de ovo com uma espécie de girino.
Sempre considerou que as breves coincidências que tinha vivido, eram apenas fruto de acasos, explicados por conjunturas com uma base científica qualquer, mesmo que nunca a viesse a confirmar.
Para ele, Deus e o Diabo eram somente ficções criadas por almas sedentas de explicações tortuosas que não conseguiam alcançar a simplicidade matemática do universo.
Na sua visão do mundo tudo tinha a explicação simples de uma soma infalível.
Por isso, no dia em que reparou que lhe crescia uma pequena cauda rosácea em forma de rosca e que cada vez que tentava falar apenas lhe saiam grunhidos toscos, saiu calmamente de casa e dirigiu-se à pequena editora de que era proprietário.
Nesse dia compreendeu finalmente o que o George lhe queria explicar naquele livrinho que ele tinha recusado publicar.

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