quarta-feira, 6 de maio de 2009

Sessão de autógrafos


(Foto roubada daqui)

Com a Feira do Livro voltou a febre dos autógrafos. Fazem-se filas intermináveis para obter uma breve riscadela dos escritores no livro que acabámos de comprar. Normalmente é o livro mais recente, aquele que precisa de ser vendido! As editoras fazem destas sessões verdadeiros momentos de publicidade e promoção dos seus produtos. Estão no seu direito. Como estão os compradores, já que gastam o seu dinheiro. Tal como estarão os escritores que assim sempre ajudam à venda do resultado do seu labor. Pelos menos aqueles que acreditam que aquilo que escrevem é, meramente, um produto comercial.
Eu fico sempre um pouco constrangido na hora de pedir autógrafos. Pelo menos em certames deste tipo, onde os autores estão como numa montra, esperando que quem passe se emocione com a sua presença, pare, compre e peça a assinatura. Raramente pedi autógrafos na Feira do Livro. Lembro-me apenas de duas ocasiões. Uma há já muito tempo, quando saiu o Fado Alexandrino do Lobo Antunes, em que lhe pedi um autógrafo no Memória de Elefante e há pouco tempo quando pedi ao Rodrigo Guedes de Carvalho a assinatura no Daqui a Nada quando o que estava à venda era o Canário.
Já pedi noutras ocasiões, no chamados Encontros com os Escritores, em que, aí sim, depois duma conversa, duma troca de ideias sobra a obra, da criação duma certa cumplicidade, momentânea é certo, me sinto á vontade para o fazer, porque foi criada uma certa empatia e porque ali não há apenas montras. Normalmente nessas ocasiões levo todos os livros que tenho desses autores e a assinatura vem sempre acompanhada de mais alguma coisa, o que me causa uma satisfação muito maior.
De qualquer maneira e para lá de todas as assinaturas nas páginas de guarda dum livro, interessa-me mais que a assinatura que o autor me entrega, venha em todas as páginas que identificam o seu trabalho como um todo, inteiro, tornando-se uma dedicatória completa a todos os que ficam agradados com o que acabaram de ler! Será esse, talvez, o verdadeiro e único autógrafo que vale a pena! Todos os outros, embora agradáveis, são meros acessórios. Eu, com as duas excepções já referidas, prefiro pedir o autógrafo depois de ler os livros. Mesmo aos escritores que já partiram!

Sem comentários: