segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008
Calem-se!
Como já é por demais conhecido, vivemos numa era de comunicação de massas. Numa época em que a palavra de ordem é falar! Falar por tudo e por nada, o que importa é poder dar uma opinião, não interessando se é curial, se é relevante, se conta. Hoje em dia toda a gente se acha no direito de falar sobre todo e qualquer assunto. Ouvem-se comentários a propósito do preço dos tomates, do aquecimento global, da cor das botas de um qualquer jogador de futebol; fazem-se fóruns abertos sobre as mais surreais temáticas. E ninguém se quer excluir da turba de opinativos que pulula por todo o lado. Em Portugal assiste-se, por estes dias, a um fenómeno curiosíssimo, sendo um país onde se lê muito pouco, está a bater todos os recordes da sua história em termos de publicação de livros. Porque toda a gente acha que sabe escrever, sabe como usar as palavras, sabe contar histórias e pior que tudo acha que alguém se preocupa com isso!
Tenhamos cuidado com o emprego das palavras. São elas que nos distinguem de todo o resto do mundo animal, são elas que nos distinguem de todo o resto da populaça que muito fala sem nada dizer, sem nada saber daquilo que diz. A PALAVRA merece-nos o maior dos respeitos, porque com ela conseguimos criar, com ela conseguimos exprimir os mais belos sentimentos, com ela nos elevamos. Não a menosprezemos pois, não a maltratemos, não a utilizemos com mero acessório, não a conspurquemos!
Por favor, calem-se!
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