terça-feira, 20 de janeiro de 2009
A Graça
É agri-doce. É inebriante. Tolha-nos os sentidos. Leva-nos pela mão calmamente e, de seguida, pára abruptamente, gritando-nos aos ouvidos até se tornar insuportável.
E, de repente, pára de novo. Até recomeçar numa suavidade quase dolorosa.
Há nele algo de etéreo, de um misticismo inocente e límpido, ao mesmo tempo que vemos, pelo canto do olho, um sorriso quase endemoninhado, que desaparece rapidamente quando o olhamos de frente. Trocista, brinca connosco e parece querer levar-nos pelo caminho de Damasco, revelando-nos a luz, oferecendo-nos uma espécie de graça terrena, uma graça regada com um néctar único, num momento de magia maior, quando, finalmente, brindamos com um vinho lilás.
As águas levaram-no cedo demais. Deixou-nos no entanto uma vida eterna, tão real, que nos custa ainda crer que tenha sido esse o último adeus.
E depois, Lilac Wine é, talvez, a mais definitivamente sofrida canção de amor que tive oportunidade de ouvir, definitivamente bela, pelo menos…
(…)
Was hypnotized by a strange delight
Under a lilac tree
I made wine from the lilac tree
Put my heart in its recipe
It makes me see what I want to see
and be what I want to be
(…)
Lilac Wine, I feel unready for my love,
feel unready for my love.
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