quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

Estrada Fora


Depois de nos apercebermos que a morte nos virá visitar, durante quanto mais tempo é possível segurar a vida?
Se a conseguirmos ver, em toda a sua dimensão, será que conseguimos recuar?
Ou será a vida mais forte?
A verdade é que a vida é só esta corrida, esta corrida ora lenta, ora sôfrega, que nos leva para os braços eternos da senhora de negro.
A verdade é que não estamos aptos a parar a corrida, a trocar de caminho, a iludir a estrada.
A verdade é que o sentido é único. Sem recuos, sem sobressaltos, sem desvios.
Resta, por isso, ir florindo as bermas desta estrada, poder olhar-nos e aos outros, estender as mãos, colher um sorriso, pegar numa mão, piscar os olhos confundidos pela luz do Sol.
Aproveitar o dia, roubar um beijo, erguer as mãos e receber a água que desce dos céus.
E perceber que a vida cresce em vez de se dissipar em fumo. Saber que, afinal, a estrada pode ter muitos atalhos e que, mesmo não iludindo o fim, o podemos colorir se, no seu percurso, soubermos que a felicidade, mais que uma conquista impossível, é apenas um estado de alma ao alcance de um simples bom dia sincero!

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