quarta-feira, 16 de julho de 2008

Ódios de Estimação (43) [o tuga]


Tenho a perfeita noção de que as generalizações valem o que valem, ou seja, muito pouco. Mesmo aquelas que se dizem baseadas em estudos, têm muitas lacunas e não são, normalmente, isentas de incorrecções. No entanto, hoje, apetece-me generalizar e o que vou dizer até acaba, creio eu, por ter alguma razão.
O português típico é o rei do desenrasca! Do desenrasca e da tentativa de enganar o próximo! Não há ninguém, ou quase, que nunca tenha pensado na possibilidade de passar a perna ao seu semelhante. Estamos sempre a magicar aquela hipótese de fugir ao imposto, de não pagar aquela conta, de poupar uns cêntimozitos naquela compra, mas tudo, sempre tudo de forma pouco clara. E o mais engraçado é que depois fazemos gala nisso e aproveitamos para o clamar no nosso círculo de conhecidos e, espanto dos espantos, os outros não ficam indignados pela falcatrua! Ficam é estupefactos por não terem tido a mesma esperteza!
E então surge também o desenrascanço! O português não planeia! Desenrasca! Não previne! Remedeia! Tudo resolve é certo, mas nunca resolve segundo os trâmites normalizados, tem sempre de dar mais umas voltas, fazer mais umas piruetas, porque seguir as normas é para os totós! Pagar os impostos é para os parvinhos! Respeitar os outros é sinónimo de menoridade!
De desenrascanço e da esperteza saloia vamos vivendo, pena é não conseguirmos ter a noção de que assim nunca mais sairemos da cauda da Europa!
Mas cá vamos andando, cantando e rindo, outra vez!

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