quinta-feira, 5 de junho de 2008
A cegueira das pedras
Quem nunca pecou que atire a primeira pedra! Esta frase, ou a atitude que lhes está subjacente, embora muita vez repetida, nunca é cumprida. Somos, todos, peritos em fazer, elaborar e, sobretudo, expressar juízos de valor. Juízos que, na maior parte das vezes têm só e exclusivamente a ver com a nossa maneira de ver o mundo, de entender a realidade e nunca, ou quase, na capacidade de nos pomos nos sapatos de outrem. Nunca, ou quase, nos damos ao trabalho de compreender outras posições, outras visões, outros medos. O mundo vive em nós e só esse é razoável, só esse é admissível, só esse é real!
Não gosto disso assim! É óbvio que não estou imune à elaboração de juízos de valor, nem tal é possível, mas tento não os expressar de forma leviana, gratuita, logo inútil!
Tento não praticar esta espécie de desporto que parece ter muito mais adeptos de que o chamado desporto-rei, mesmo agora que a selecção faz parar o país. Há, disseminado por todos os cantos, este gosto mesquinho em achincalhar, em ser egocêntrico, em olhar para o próprio umbigo e em julgar todos pela bitola que vive dentro de cada um e assim nunca mais conseguiremos olhar em frente e ver uma outra cara que não a nossa, em perceber que o mundo não é composto por espelhos. Assim nunca seremos capazes de perceber o próximo e estaremos sempre prontos a atirar a pedra, porque nunca saberemos reconhecer os nossos pecados!
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