sexta-feira, 19 de junho de 2009

Sessões (des)contínuas


Caetano Veloso fez uma canção com o seu nome, se bem que se referisse a um congénere baiano e não ao alfacinha de gema que trazemos aqui.
O Olímpia fica numa zona onde outrora se acotovelavam casas de espectáculos e onde hoje apenas algumas ainda, felizmente, se vão mantendo.
Depois de ter sido inaugurado em 1911, prometendo «salões para concertos, salões para exibições animatográficas, gabinete de leitura, restaurante, etc.», esta sala foi, nos idos de 40/50/60, uma das mais populares salas de cinema da capital, exibindo os chamados filmes de grande público. Depois de 1974 o hard-core 1º escalão ali se instalou, as sessões contínuas foram a solução para uma sala que passou a ficar identificada com a pornografia.
Depois, como tantas outras, fechou. Diz-se que irá reabrir como sala destinada a teatros. Assim seja!
De qualquer forma e como Caetano dizia a propósito do outro:
«(…)Eu quero pulgas mil na geral
Eu quero a geral
Eu quero ouvir gargalhada geral
Quero um lugar para mim, pra você
Na matiné do cinema Olympia(…)»

Também aqui as gargalhadas, os sustos, as emoções, até as pulgas dos outros tempos, já não voltarão, tal como tantas memórias desta cidade que se vão diluindo no meio do betão inclemente.
Bom fim de semana!

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