sexta-feira, 26 de junho de 2009

Paris em Lisboa


A este nunca o conheci, a não ser quando estava já despojado de vida, esventrado pela voracidade das novas exigências, que não deixam espaço para que as antigas atitudes, mais lentas, mas, ao mesmo tempo, mais profundas, se continuem a verter para os dias que, apesar de tudo, ainda desejamos que passem devagar.
Chamava-se Paris. Tinha um nome luminoso e ficava à beira de Campo de Ourique, ali onde o bairro encontra a Estrela. Hoje creio que é um monte de escombros em que os passantes já nem reparam. Assim se vai fazendo grande parte da cidade, deitando ao chão as lembranças que já não utiliza e erguendo muros mesmo à frente dos nossos olhos, muros que não nos deixam vislumbrar a luz que ainda resta nalgumas memórias, naquelas que ainda insistem em ficar coladas a nós.
Bom fim de semana!

Sem comentários: