quinta-feira, 11 de dezembro de 2008
Suspensos...
Qual é a cola que une os pedaços de vida que vamos deixando cair a cada dia que passa?
Qual o milagre a que podemos almejar, quando vemos os bocadinhos de tempo que desejamos, ficarem para trás, perdidos num espaço que não nos deixa tempo para os rever?
Quando será que nos permitimos parar, suspender o tempo que ainda vamos tendo e descobrir que o minuto seguinte pode ser o tal? O que não podemos deixar fugir por entre os nosso dedos. Aquele que nos dá hipótese de o estendermos, de o prolongarmos, de o transformarmos no único momento decisivo, naquele único momento em que nos conseguimos ver por dentro e descobrir, afinal estamos vivos e não somos apenas mais um!
Assim seria se esse minuto não fosse só um minuto mais, que logo passa, continuando nós, outra vez, à sua procura e à procura do tal milagre.
Até conseguirmos suspender-nos! A nós e a todos os minutos que nos esperam.
Mas aí, nesse tempo, nesse espaço, já não estamos por aqui, mas lá, onde os milagres são possíveis, sem colas, sem tempo, sem espaço.
Suspensos...
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