terça-feira, 23 de dezembro de 2008

Brindemos ao Natal


Dizem-nos que o Natal deve ser uma época feliz! De tanto sabermos que muitas vezes não é, exactamente, verdade, damos por nós a achar o contrário. O Natal é a pior altura do ano, feita de correrias para consumos, de prendas inúteis, jantares e almoços cheios de sorrisos falsos, de olhares de ocasião, que tanto se nos dão! Há, no entanto, natais bons! Aqueles que já vivemos, aqueles que nos ficaram na recordação, os que nos ainda vão acendendo as luzes de árvores já quase esquecidas mas, no entanto, tão presentes que não sabemos viver sem elas. E depois, como diz a velha e estafada máxima, Natal é quando o Homem quiser, e assim, ao contrário do que poderíamos pensar e/ou desejar, o natal deixa de ser Natal e passa a ser o dia o dia comum, a mesma labuta, a mesma depressão contínua de vidas que se vão ultrapassando sem as conseguirmos ver na sua plenitude.
Por isso seria bom parar no Natal, deixar que a infância nos tomasse o lugar e pensar que, afinal também podemos ter coisas gratificantes, que nos dispõe bem, que nos fazem sorrir e experimentar aquela felicidade que reclamamos e, aparentemente, teimamos em nunca encontrar.
Há várias maneiras de conseguirmos isso, cada um deve ser capaz de encontrar a sua. No fundo não deve ser tão difícil, bastará lembrarmo-nos de algumas pequenas coisas que nos conseguem libertar a mente. Por exemplo, olhar para as luzes que iluminam as ruas nesta altura, deixar que a brisa do entardecer nos acorde os sentidos, comer uma fatia de bolo rei com os olhos fechados, segredar uma futilidade ao ouvido de quem se gosta, segurar no colo uma criança, andar de mão dada com os filhos, ler uma pequena história que nos engrandeça, ouvir a música que nos acalenta.
Saber que a vida pode ser uma divina comédia! Por exemplo!
Brindemos pois a um Feliz Natal!

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