Uma das coisas que mais gozo me dá é ter um livro novo para ler. Ter centenas de páginas escritas ali à minha espera. À espera de serem desbravadas, de serem navegadas, de serem lidas e relidas, de serem admiradas e bebidas. Das coisas que mais gosto me dá é folhear, calmamente, as páginas de um novo livro, de o abrir sossegadamente, de deixar que as suas palavras vão saltando, devagarinho, saboreando-as como se fossem os tesouros que realmente são. Uma das coisas que mais prazer me dá é passear nas folhas de um livro novo e fazê-las minhas conhecidas, deixar que me alimentem a cada segundo que as completo em mim, que as vou conhecendo.
Um livro novo, mesmo que já lido dezenas de vezes, tem sempre um outro sabor, porque as palavras que me dizem, embora por vezes já conhecidas de cor, são as palavras que me vão encantando, que me vão ajudando a gostar, cada vez mais, de ter um livro novo.
Cada nova leitura é assim uma espécie de bênção que me acompanha, numa novidade que me prazenteira os dias, esses em que o livro, por muito velho que seja, se redescobre e me traz, outra vez, o brilho de um livro novo.
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