quarta-feira, 17 de setembro de 2008

Shine on...


Ontem, em jeito de tributo a Richard Wright, estive a ouvir a música dos Pink Floyd. Há vários anos que não a ouvia, pelo menos com a atenção que tantas vezes lhes dediquei. Passei por vários discos. Desde os tempos ingénuos de Barret, até aos mais recentes em que a inocência está mais do que perdida.
Parei sobretudo em quatro momentos. Naqueles momentos exactos em que me fixei tantas vezes há alguns anos atrás. Visitei a lua e todos os seus lados, fiz meu o desejo de te ter por perto, voei com os porcos por sobre enormes chaminés e detive-me gostosamente em frente do muro branco. Relembrei antigas sensações, deambulando por sons infindáveis, por momentos de uma magia serena, nostálgica, mas sempre arrebatadora.
Reescutei alguns dos mais bonitos sons que me foram dados ouvir em tantos anos de ouvinte. Relembrei a incontida euforia que aconteceu um pouco por toda a juventude aquando do lançamento do The Wall. As cantorias uníssonas que então, provocatoriamente, fazíamos: Hey teachers leave the kids alone!!!
E mergulhei numa espécie de vertigem branca quando reconheci Hey You, Comfortably Numb, The Happiest Days of our Lifes, Outside the Wall e as outras todas.
Recuei até The Great Gig in the Sky, Us and Them ou Eclipse. Notei com agrado que ainda sei de cor toda a letra de Wish You Were Here e que Shine on you Crazy Diamond continua tão poderosa como nunca. E que Pigs, Dogs e Ships continuam a figurar entre as minhas canções preferidas sobre animais.

Estava arredado dos Floyd, como já estive tanto tempo e como irei estar nos próximos tempos. Mas é bom poder voltar de quando em vez e saber que está lá tudo, que continuamos amigos, que é possível reviver sensações, emoções, adequar nostalgias e saber que pode ser outra vez assim.
É esta a música imortal, mesmo quando, como agora, aqueles que lhes deram corpo se vão embora.

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