terça-feira, 19 de agosto de 2008

Cartaz TV (35)


Sabemos bem que, actualmente, as televisões portuguesas não são muito dadas às coisas da cultura. Com a honrosa excepção do Canal 2, raros são os momentos dedicados aos aspectos mais culturalmente marcantes, que vamos tendo oportunidade de ver no pequeno ecrã.
No passado, embora o panorama não fosse substancialmente diferente, sempre se podiam observar e admirar alguns programas que tinham essa preocupação. Não seriam programas de grande audiência, mas também não era isso que se procurava na altura. Procurava-se, claro, o entretenimento, mas tentava-se, de alguma forma, dar-lhe algum conteúdo de maior relevância cultural e até didáctica. Obviamente louvável, essa intenção. Com o amanhecer da mediatização globalizante, tudo o que as cabeças bem pensantes possam achar que é entediante, ou, simplesmente, obrigar a que se utilizem os neurónios, passa a ser remetido para horas impossíveis, ou simplesmente banido. Porque aquilo que necessitamos é de programas que brutalizem as mentes e as tornem mais facilmente moldáveis, tornando-nos meros autómatos ao serviço dos shares!
Vem isto a propósito duma prática televisiva antiga, a do teleteatro. Era usual, em tempos idos, passarem peças de teatro na televisão. Comédias, dramas, revistas, de tudo se podia ver. Era agradável, educativo, entretinha e ajudava-nos a perceber uma arte nobre. Se mais não fosse, permitia que os actores portugueses fossem considerados como tal, de corpo inteiro e não como meros acessórios dos actuais manequins que vamos vendo protagonizar telenovelas, cuja qualidade não pode deixar de ser considerada abaixo de cão!

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