sexta-feira, 17 de março de 2006
A jóia
Em 1963 era publicada aquela que considero a obra prima das Aventuras de Tintin.
Primeiramente publicada na revista Tintin, entre 4 de Julho de 1961 e 4 de Setembro de 1962, As Jóias da Castafiore é a anti-aventura, antítese de tudo o que Hergé fez antes e fará depois. O autor deixa, neste caso, de lado, as regras que ele próprio criou em termos de aventuras em banda desenhada.
Esta obra intimista, toda ela passada em ambiente doméstico, no castelo de Moulinsart, cria, a todo o momento, falsas situações de suspense que dão em nada, falsos índicios e pistas que se revelam infrutíferas. Nesta "aventura" não existem "maus", elementos essenciais em qualquer outro livro da série.
Embora não tenha sido um sucesso de público, como o foram quase todas as outras, é a mais aclamada pela crítica, considerando-a uma obra de mestre, na tradição teatral da comédia e da farsa.
Sempre que a leio sinto-me em casa com esta família de papel. Hergé encontrou aqui um óptimo espaço de descanso e repouso. Houve quem dissesse que seria, talvez, um final perfeito para as Aventuras de Tintin, mas elas continuaram, para gozo de todos nós.
Sintomático é, também, o facto de Tintin nos surgir na capa com o dedo indicador em frente dos lábios, sugerindo-nos o silêncio que devemos, sempre, respeitar perante as grandes obras de arte!
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