quinta-feira, 3 de janeiro de 2008
Brindemos
Há obras de literatura que ultrapassam, largamente, a sua dimensão, meramente, literária. Que se tornam permanentemente vivas nas memórias de quem as lê. Que são lidas vezes sem conta, só pelo prazer que proporcionam, pelas alegrias que transmitem, pela beleza com que encantam os seus leitores. São como revisitas a universos onde nos sentimos bem, a locais que nos acolhem sempre com uma agradável sensação de retorno, com um calor especial. É quase como uma onda de bem estar que nos perpassa todo o corpo e a mente. Como um refúgio onde nos sentimos confortáveis com os personagens que já conhecemos há muito, com as paisagens que nos fazem maravilhar, com as mesmas emoções repetidas à exaustão, mas sempre bem vindas.
Há poucos livros que, verdadeiramente, nos conseguem fazer isto. Aqueles que o conseguem vivem sempre em nós, quer os leiamos repetidamente, quer os mantenhamos, apenas, vivos na memória. Guardando sempre as mesmas sensações de contentamento e de encantamento que nos foram oferecidas na primeira leitura.
A trilogia O Senhor dos Anéis é, para mim, uma dessas obras, uma obra maior, talvez a obra maior, porque ultrapassou a mera condição de livro e passou para uma dimensão superior, para aquela dimensão de sensação intransponível, de gozo irreprimível, de sorriso permanente.
J.R.R.Tolkien a imaginou e escreveu, por isso lhe agradeço muito e hoje, dia 3 de Janeiro lhe ergo a taça, como o fazem milhares de admiradores por todo o mundo, numa irmandade grandiosa, no dia em que passam 116 anos do seu nascimento!
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