quinta-feira, 23 de julho de 2009

histórias de Rosa Branca


XI

Santiago já não via a luz do sol há vários dias. Praticamente nem dormia. Fervilhava de emoção.
Estava fechado na sua enorme cave, o seu local de eleição, de onde só saia para dormir. Mas, há cerca de três dias, nem isso acontecia.
Tinham-no avisado do que iria acontecer hoje, tinham-lhe dito que Jordão iria tentar.
Mas Santiago nem os tinha ouvido. Apesar de ser um dos mais chegados amigos de Jordão, provavelmente o único verdadeiro amigo.
Naquela manhã Santiago pensava estar à beira de sua grande descoberta, estava certo que iria chegar à solução do problema que trazia consigo há já tanto tempo.
À sua volta os tubos de ensaio cheios de líquidos multicores, fervendo aqui e ali, exalando cheiros peculiares, faziam daquela imensa sala uma espécie de laboratório alquímico. No fundo era isso que Santiago almejava conseguir. Os segredos mais profundos de alquimias seculares. E hoje, pensava, era o dia certo para o sucesso.
Foi por isso que não ouviu a porta abrir-se e não reparou em quem entrava, nem mesmo quando o intruso lhe dirigiu a palavra:
- Santiago, este é o momento de parar…


(continuará)

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