quinta-feira, 9 de julho de 2009

A Dolce Vita


Ouvi dizer que tínhamos o maior centro comercial da Europa, aquela coisa a que chamam Dolce Vita e que, ao que parece, se situa junto a uma série de estradas rápidas que existem ali pelos arrabaldes da capital, nuns subúrbios pejados de pessoas e carros, com falta de espaço e de tempo.
Também ouvi dizer que na Europa, que não tem centro comerciais, as cidades são pensadas para as pessoas, para a sua vida, para os seus desejos, para as suas felicidades e necessidades, para serem vividas e usufruídas.
Nós, pioneiros, metemos tudo dentro de portas, apesar do sol, apesar do clima privilegiado, apesar das noites amenas com que fomos presenteados, teimamos em esconder-nos dentro dos maiores centros comerciais da Europa, onde temos tudo o que desejamos. É pena não desejarmos que as nossas cidades tenham vida, é pena não desejarmos encher as nossas cidades de animação, de jardins, de gente, de risos, é pena não desejarmos que as nossas cidades sejam, efectivamente, cidades.
Nós, que somos os maiores da Europa, não nos apercebemos que esta nossa Europa acaba mesmo ali, à entrada de Espanha!

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