Lembro-me do os ver, pela primeira vez, nas páginas do saudoso Se7e. De os ver rotulados como neo-fascistas, defensores de valores queridos ao Portugal cinzento e proto-fascista das décadas de 30/40. Sinceramente achei esses argumentos um verdadeiro disparate! Pelo contrário, considerei que a campanha de marketing, uma das primeiras do rock português, era brilhante, mesmo se, iconograficamente, alguns aspectos apontassem para a parafrenália associada às manifestações patrioteiras daquelas décadas.
Foi, talvez, uma nova forma de os ex-punks Faíscas e ex-new-wave Corpo Diplomático, surgirem com novas roupagens e um novo projecto. E fizeram-no muito bem!
Nunca fui admirador confesso da sua música, nunca fui um apaniguado dos Heróis do Mar, embora os tenha considerado sempre, como um "som agradável", dançável, simpático, mas não muito mais que isso. Hoje, a esta distância, acho-os mais interessantes, ouço-os com mais prazer, nostalgia talvez. E depois, havia elementos muito válidos e valiosos, como tivemos oportunidade de descobrir com os MadreDeus, por exemplo. Pedro Ayres de Magalhães é, de certeza, um dos grandes nomes da música portuguesa dos últimos 30 anos.
Agora temos oportunidade de ver um documentário sobre estas músicas e quem lhes deu vida e voz. Saúda-se esta iniciativa, porque os Heróis do Mar fazem parte da nossa história musical recente, porque a marcaram de forma indelével e porque é sempre bom recordar os bons momentos que, também, fizeram a nossa juventude!
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