terça-feira, 14 de fevereiro de 2006
Onda Média e Frequência Modulada
Passei muito tempo da minha infância e juventude a ouvir rádio. Ouvia-a num aparelho grande, em tons de castanho, com coluna incorporada e dois botões nas pontas do espectro luminoso, em tons de verde.
Quando era mais pequeno ouvia a onda-média, da Emissora Nacional, da Rádio Renascença, do Rádio Clube Português, não de hoje, o outro. Também ouvia os "postos pequenos", os formigas como também eram conhecidos. Ouvia os Parodiantes de Lisboa, os relatos de futebol e de hóquei em patins, as rádio novelas, tantos os clássicos da literatura portuguesa de oitocentos, como, por exemplo, o famosíssimo "Simplesmente Maria".
Mais tarde comecei a ouvir a Frequência Modulada, o FM. Sobretudo o FM da, já então chamada, Rádio Comercial, não a de hoje, a outra. Aquela onde havia programas de autor, ainda fora da era digital e das playlists, que, na minha opinião, estragaram um pouco a arte de fazer rádio.
Lembro-me bem do prazer que era escutar o TNT do Jorge Pego, ou a Discoteca do Adelino Gonçalves, ou a Febre de Sábado de Manhã com o Júlio Isidro, ou o badalado Rock em Stock do Luís Filipe "Berros", ou a calmaria nocturna das Noites Longas do Fm-Estéreo com António Santos, ou o meu preferido Morrison Hotel do Rui Morrison. Mas também havia programas em que a música não predominava, por aí era ouvinte assíduo do PãocomManteiga, ou até do Passageiro da Noite com o Cândido Mota.
Com estes e outros autores, aprendi a gostar de ouvir rádio, foi muitas vezes a minha companhia permanente e presente.
Hoje ainda ouço rádio e estou sempre à espera de os ouvir novamente, numa qualquer rádio nostalgia, em onda média e frequência modulada.
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