terça-feira, 13 de abril de 2010

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(...)A chuva está mais fraca agora. Um simples borriço.
Espreito a porta do prédio lá em baixo. Não a vejo sair.
A multidão lá fora vai-se acotovelando, procurando passar por todos os pequenos espaços ainda disponíveis.
Ao longe uma nuvem abre-se e deixa passar uma nesga de sol. A sua luz incide directamente na minha janela cegando-me. Fecho os olhos. Um breve calor apodera-se dos meus sentidos.
Recordo que era assim que gostava de estar na praia. Deitado numa sombra entre dois toldos e deixando que o sol, que passava nesse intervalo, me banhasse o rosto.
Nessa altura ria-me muito. E ia para o mar. O mar sempre me encantou. Uma massa infinita de prazer para todos os sentidos. Sobretudo para a vista.
Adoro ver o mar revolto no cimo de um promontório. Adoro saber que nele vivem os seres fantásticos que os descobridores portugueses enfrentaram nos idos de 500. Para mim o mar está guardado por muitos Adamastores que protegem todos os seus, verdadeiros, segredos.
(...)

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