segunda-feira, 7 de agosto de 2006

Uma colecção iluminada


Na Ilha Terceira, nos Açores, são famosas as touradas à corda. Hoje, dia 7 de Agosto, é dia de tourada à corda na freguesia da Terra Chã, portas meias com Angra do Heroísmo. Mas na Terra Chã há outros motivos de interesse, muito maior diria eu. É aí que situa a Casa dos Fósforos, na Canada do Treato, propriedade de João Manuel Bettencourt da Silva. Local onde expõe parte da sua extensa colecção de caixas e carteiras de fósforos, colecção que tem vindo a juntar ao longo de muitos anos e que merece, sem dúvida, uma visita demorada e interessada.
Eis algumas palavras retiradas do Diário Insular a este propósito :

«Casa dos Fósforos.
A iluminar a memória
João Manuel Bettencourt da Silva tinha apenas 17 anos quando comprou a sua primeira caixa de fósforos. A primeira colecção que completou era de caixas de fósforos de madeira com trajes regionais. Foi há cerca de 40 anos que começou a juntar carteiras e caixas de fósforos, dando origem a um espólio que hoje atinge cerca de 16 mil peças.“Era eu aluno do liceu e começaram a aparecer caixas de fósforos com trajes regionais, outras com bandeiras. Foi na época em que desapareceram as licenças para acendedores e toda a gente começou a usar indiscriminadamente o acendedor e a deixar de comprar fósforos. As fosforeiras começaram então a lançar colecções com algum interesse e muito bonitas”, conta. (...)
Realizar de um sonho
João da Silva sempre desejou conseguir um espaço, onde fosse possível expor e dar a conhecer a sua colecção. O sonho realizou-se com a criação da Casa dos Fósforos, na freguesia da Terra Chã, em Angra do Heroísmo. O museu foi instalado na antiga casa do quinteiro da sua propriedade. Os visitantes podem apreciar sete mil caixas e carteiras de fósforos, nacionais e estrangeiras, de cera e amorfos, alguns dos quais verdadeiras relíquias dada a sua antiguidade. (...)
Ao longo dos expositores estão 6500 carteiras e caixas de fósforos portuguesas, oriundas das três grandes fábricas nacionais, Sociedade Nacional de Fósforos, Fosforeira Portuguesa e Companhia Lusitana de Fósforos. Cerca de 500 exemplares de 50 países, passando por França, Alemanha até à Rússia, podem também ser observados.
“A maior parte das pessoas que cá vêm não esperavam encontrar num lugar destes uma colecção de fósforos deste género”, diz o proprietário. E conclui: “Se calhar não imaginavam que houvesse um louco que estivesse estes anos a guardar tudo isto em caixas de cartão, para ao fim de 35 anos realizar um sonho: expô-las num lugar onde pudesse conservá-las em bom estado”. »

Se forem à Ilha Terceira, este é um local de visita obrigatória!

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